Jovem de 19 anos morre afogado após queda de moto aquática no Lago Corumbá IV
Daniel Vítor Azevedo Carvalho não usava colete salva-vidas no momento do acidente; Polícia Civil investiga circunstâncias e ouve testemunhas.

Um dia que prometia diversão no Lago Corumbá IV, em Silvânia, no sudeste de Goiás, terminou em tragédia. Daniel Vítor Azevedo Carvalho, de apenas 19 anos, morreu afogado no último domingo (27/04) após cair de uma moto aquática enquanto realizava manobras próximo às margens do lago.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, o corpo do jovem foi encontrado na manhã desta segunda-feira (28/04), por volta das 8h50, a aproximadamente 70 metros da margem, a uma profundidade de 5 metros. A localização foi feita por mergulhadores especializados do 3º Batalhão de Anápolis, após mais de 12 horas de buscas.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Leandro Sanches, testemunhas que estavam no local relataram que Daniel executava manobras na moto aquática sem utilizar colete salva-vidas, item de segurança obrigatório em atividades náuticas. Em um momento de desequilíbrio, ele caiu na água e submergiu sem conseguir retornar à superfície.
Uma fatalidade anunciada
Em entrevista, o irmão da vítima, Gabriel Azevedo, revelou que Daniel trabalhava como pedreiro em uma obra próxima ao lago havia dois meses e demonstrava entusiasmo com o passeio. Um dia antes do acidente, Daniel chegou a enviar áudios para a família, celebrando a expectativa para usar o jet ski:
“Se der bom, vai chegar um jet ski amanhã, 10 horas aqui. Vou te mandar os vídeos, vai ser top viu, amanhã, se tudo der certo”, disse Daniel, em uma das últimas mensagens enviadas.
O clima de alegria, no entanto, deu lugar ao luto. Daniel morava com a família em Goiânia e será velado e sepultado em Nerópolis, município da Região Metropolitana, embora as datas ainda dependam da liberação oficial do corpo pelo Instituto Médico Legal (IML).
Morte acidental e investigação
O caso foi registrado como morte acidental provocada por afogamento. A Polícia Civil informou que novas oitivas serão realizadas nos próximos dias para ouvir testemunhas e esclarecer se houve eventual falha na segurança do equipamento ou se outras circunstâncias contribuíram para a tragédia.
De acordo com a legislação náutica vigente — baseada na Norma da Autoridade Marítima (NORMAM-03/DPC) —, o uso de colete salva-vidas é obrigatório para operadores e passageiros de embarcações recreativas e moto aquáticas. O descumprimento da norma implica infração grave.
Especialistas em segurança náutica reforçam que quedas em velocidade, comuns em atividades com jet skis, podem levar à inconsciência momentânea, o que agrava o risco de afogamento, especialmente na ausência de equipamentos de proteção.
Alerta para a segurança
O comandante regional dos Bombeiros, major Ricardo Santiago, lamentou a morte precoce e reforçou o alerta:
“Eventos recreativos em lagos e rios precisam ser planejados com responsabilidade. O uso de colete salva-vidas é vital. A água, mesmo em locais aparentemente tranquilos, esconde riscos que podem ser fatais.”
Em 2024, Goiás registrou mais de 45 mortes por afogamento em ambientes naturais, segundo levantamento do próprio Corpo de Bombeiros Militar.
Reforço nas ações de prevenção
Após o ocorrido, a corporação informou que intensificará operações de fiscalização e campanhas educativas nas regiões de maior movimento náutico no estado, como os lagos de Corumbá, Serra da Mesa e Cana Brava.
O objetivo é orientar banhistas e condutores de embarcações quanto às normas de segurança e à importância do uso correto dos equipamentos obrigatórios, buscando evitar que tragédias como a de Daniel se repitam.
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