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21 de julho de 2025
JustiçaNotíciasPolíciaÚltimas

Jardineira da Comurg pede proteção após denunciar esquema de rachadinha em acordos extrajudiciais

Funcionária afirma ter sido coagida por ex-assessores da companhia após relatar repasse de 60% de valores recebidos em acordo trabalhista. Ao menos R$ 755 mil teriam sido desviados em nome de um suposto “acerto jurídico” durante a gestão passada, ligada ao grupo político do prefeito Rogério Cruz.
Pareceres preliminares de investigação da Corregedoria da Comurg apontam suspeitas de irregularidades em acordos (Fábio Lima / O Popular)

Uma jardineira da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) solicitou medida de proteção policial depois de ser intimidada por ex-integrantes da empresa, em consequência de seu depoimento à Corregedoria. A servidora admitiu, com detalhes, ter repassado R$ 166 mil — o equivalente a 60% de um acordo extrajudicial — a um ex-assessor jurídico, após receber R$ 277 mil. Ela relata ter sido abordada em sua residência por dois envolvidos, que tentaram convencê-la a reverter a versão dos fatos.

O depoimento integra o escândalo de suposto “ato administrativo fraudulento” que investiga o pagamento de R$ 29,3 milhões em repasses extrajudiciais entre 2022 e 2023, liberados em prazos expressos e questionados por ausência de documentação e prescrição prévia.

Pressão após mudança de versão

A funcionária, que inicialmente omitiu o repasse, trocou de advogado e, em novo depoimento, detalhou ter sido informada, já após o depósito do acordo em sua conta bancária, de que deveria pagar 60% do valor “a título de honorários e acerto jurídico”. A transação foi feita em espécie, dentro de uma agência na frente do Terminal Bandeiras, sob coordenação do ex-assessor.

Dias depois, afirma ela, o ex-assessor e um ex-chefe da Comurg visitaram sua casa e pediram que voltasse atrás, que recontratasse o primeiro advogado e “defendesse o melhor caminho para todos”. Diante do temor de sofrer represálias, seu novo defensor protocolou formalmente o acolhimento policial.

A direção da Comurg, majoritariamente formada por coronéis da Polícia Militar de Goiás, não informou sobre medidas de segurança oferecidas à denunciante.

Revelações alinhadas a denúncias maiores

O caso da jardineira se soma ao de outros três servidores — dois da limpeza urbana e um auxiliar operacional — que confirmaram ter repassado parte dos seus acordos, totalizando R$ 755 mil. Todos afirmam que só foram informados da necessidade do repasse após o depósito do recurso em suas contas, sob pressão hierárquica.

Desde fevereiro, 34 processos administrativos investigam supostas irregularidades na liberação de acordos milionários, entre eles um caso em que R$ 6,4 milhões foram pagos a sete servidores em prazo recorde de 10 dias. Ao menos seis sindicâncias foram enviadas à Polícia Civil e ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) para apuração criminal.

A promotora Leila Maria de Oliveira confirmou que novas oitivas estão sendo feitas nas próximas semanas.

Uma teia com ramificações políticas

Fontes envolvidas apontam que os acordos estariam vinculados ao grupo político do ex-prefeito Rogério Cruz (SD), responsável pela indicação da antiga cúpula da Comurg. O suposto esquema envolvia a distribuição de valores sob o pretexto de “gratificações ou diferenças salariais”, liberados sem previsão orçamentária e sem justificativa técnica.

Hoje reintegrados após os afastamentos iniciais de até 60 dias, os servidores estão sob investigação e poderão enfrentar procedimentos disciplinares. Caso comprovada a boa-fé dos denunciantes, suas defesas planejam eventuais medidas judiciais contra os beneficiários dos repasses para reaver os valores.

Desafios à apuração e à cultura institucional

Especialistas em administração pública alertam para a fragilidade dos controles internos na Comurg, com ênfase na ausência de processos formais, auditoria independente e política clara de proteção a delatores.

A situação expõe falhas graves na gestão pública local e reforça a urgência de medidas efetivas: responsabilização dos culpados, reforço da fiscalização nos acordos extrajudiciais, garantias legais a denunciantes e transparência no trato com recursos públicos.

O caso segue sob apuração, com força-tarefa do MP‑GO e apoio da Polícia Civil, ao mesmo tempo em que reflete tensões entre cultura organizacional e custos da ética institucional.

Tags: #Comurg #CorrupçãoPública #Rachadinha #MPGO #ProteçãoÀTestemunha #AcordosTrabalhistas #Goiânia #ServiçoPúblico