Influenciadores digitais são alvo de operação contra esquema milionário de contrabando de eletrônicos
Operação Hidden Circuit investiga rede que movimentava milhões ilegalmente, utilizava criptomoedas e contava com apoio de influenciadores para promover práticas ilícitas.
A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram nesta quinta-feira (28) a Operação Hidden Circuit, que mira uma organização criminosa especializada no contrabando de produtos eletrônicos vindos do Paraguai. A investigação revelou um esquema milionário que atuava em Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Amazonas, com prejuízo estimado de até R$ 80 milhões anuais aos cofres públicos.
Entre os alvos estão influenciadores digitais que promoviam cursos ensinando estratégias para importar produtos ilegalmente, evitar o pagamento de impostos e driblar a fiscalização. Ostentando uma vida de luxo nas redes sociais, os investigados exibiam viagens internacionais e carros de alto padrão financiados pelos lucros obtidos no esquema.
Esquema detalhado
As investigações começaram após a Operação Mobile, realizada em abril deste ano, que prendeu transportadores de mercadorias contrabandeadas. A partir dessas prisões, as autoridades identificaram uma rede estruturada de contrabando que incluía importação clandestina, armazenamento em depósitos clandestinos e distribuição em cidades como Goiânia, Anápolis, Palmas (TO), Manaus (AM) e Confresa (MT).
O grupo contava com uma divisão organizada de tarefas, que incluía operadores financeiros, transportadores e vendedores. Empresas de fachada eram utilizadas para movimentar grandes quantias de dinheiro, enquanto criptomoedas eram empregadas para facilitar transações ilegais e lavar os lucros obtidos.
Influenciadores sob investigação
Os influenciadores investigados desempenhavam um papel crucial no esquema ao promover cursos online que ensinavam seus seguidores a importar produtos sem pagar impostos. Além disso, divulgavam estratégias para esconder essas operações das autoridades fiscais.
Segundo a Polícia Federal, os influenciadores não apenas lucravam com os cursos, mas também com a venda direta de produtos contrabandeados. A ostentação de bens de luxo nas redes sociais servia como propaganda para atrair novos seguidores e clientes.
Mandados e alvos da operação
Parte dos mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços localizados no Camelódromo de Campinas, em Goiânia, um conhecido ponto de comércio popular. Produtos, documentos e dispositivos eletrônicos foram apreendidos para análise.
A operação busca desmantelar toda a estrutura financeira e logística do grupo criminoso. Os investigados podem responder por crimes como descaminho, evasão de divisas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, cujas penas podem ultrapassar 10 anos de reclusão.
Impacto e próximos passos
A Receita Federal enfatizou o impacto significativo do esquema na economia formal, destacando que a prática desleal prejudica empresários que seguem a legislação tributária.
A PF informou que as investigações continuam para identificar todos os envolvidos e ampliar a responsabilização criminal. “Nosso objetivo é enfraquecer as bases financeiras dessa organização criminosa e coibir práticas que incentivam a sonegação e o contrabando”, afirmou o delegado responsável pelo caso.
Nota ao público: Esta operação reforça o compromisso das autoridades brasileiras no combate à evasão fiscal e ao contrabando, práticas que afetam diretamente o desenvolvimento econômico e a competitividade do mercado legal.
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