5 de dezembro de 2025
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Influenciadora de Goiás e marido são presos por esquema milionário de fraudes bancárias com uso de criptomoedas e dados da darkweb

Casal vivia em cobertura de luxo no Rio e teria movimentado R$ 17 milhões como parte de rede nacional especializada em carding, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro por meio de ativos digitais. Operação “Deep Hunt” mira organização que movimentou R$ 164 milhões.
Relógios, joias e máquinas de carão apreendidos durante a operação (Divulgação/Polícia Civil)

Uma influenciadora digital de Goiânia e seu marido estão entre os principais alvos da Operação Deep Hunt, deflagrada pela Polícia Civil de Goiás para desarticular uma organização criminosa especializada na aquisição de dados bancários na darkweb e na aplicação de golpes financeiros de grande escala por meio do uso de criptomoedas.

O casal foi detido nesta quinta-feira (10) em uma cobertura de alto padrão na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. De acordo com a delegada Bárbara Buttini, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), os dois movimentaram, sozinhos, aproximadamente R$ 17 milhões dentro de um esquema mais amplo que atingiu a cifra de R$ 164 milhões.

“Eles ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais, mas por trás disso atuavam como articuladores centrais de uma rede que comercializava dados bancários e cartões clonados. As transações eram mascaradas via criptoativos e empresas de fachada”, afirmou a delegada.


Como funcionava o esquema

As investigações revelaram uma estrutura altamente especializada que utilizava a darkweb — setor da internet oculto aos mecanismos de busca convencionais — para comprar grandes volumes de dados sensíveis, como:

  • Contas bancárias completas com login e senha;
  • Cartões de crédito com CVV;
  • Dumps de cartões (dados da faixa magnética, utilizados para clonagem física);
  • Documentos públicos e privados falsificados;
  • Assinaturas digitais de autoridades e até cédulas de moedas estrangeiras falsificadas.

Essas informações eram adquiridas por meio de criptomoedas, especialmente Bitcoin e Tether (USDT), garantindo anonimato e dificultando o rastreio financeiro.

Operação sofisticada de lavagem de dinheiro

Após a obtenção dos dados, a organização realizava:

  1. Fraudes bancárias e compras fraudulentas online;
  2. Revenda de dados para outras quadrilhas;
  3. Lavagem de dinheiro via exchanges, empresas fictícias e contas de terceiros;
  4. Reintrodução do capital ilícito na economia formal, com a compra de imóveis, veículos e investimentos em negócios de fachada.

A movimentação financeira foi cuidadosamente analisada: mais de R$ 164 milhões circularam em contas ligadas aos investigados, com tentativas explícitas de fragmentação e ocultação patrimonial.


Prisões e apreensões

A Operação Deep Hunt mobilizou mais de 180 agentes e cumpriu 94 mandados judiciais em diversos municípios de Goiás (como Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Abadiânia e Estrela do Norte), no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.

Foram apreendidos:

  • Documentos falsificados e cédulas de identidade clonadas;
  • Impressoras de alta precisão;
  • Máquinas de cartão;
  • Drogas, armas e dispositivos eletrônicos;
  • Veículos de luxo e registros de propriedades;
  • Criptoativos armazenados em carteiras virtuais.

Crimes e penas

Os suspeitos responderão por:

  • Furto qualificado mediante fraude eletrônica;
  • Lavagem de dinheiro com uso de criptoativos;
  • Falsificação de documentos públicos e privados;
  • Utilização de servidor no exterior para prática de crimes;
  • Associação criminosa.

Segundo a Polícia, os crimes têm penas que, somadas, podem ultrapassar 25 anos de reclusão.


Darkweb: um mercado paralelo de crimes digitais

A darkweb, ao contrário da internet convencional, opera por meio de navegadores específicos, como o Tor, e abriga fóruns, mercados e serviços clandestinos. Por ser altamente criptografada, permite o comércio ilícito de dados pessoais, armas, drogas, documentos falsos e até contratos para crimes sob encomenda.

É nesse ambiente que os integrantes da quadrilha compravam e revendiam dados bancários e identidades falsas com total anonimato.


A Operação Deep Hunt marca um avanço significativo no combate à criminalidade digital de alto impacto no Brasil. O caso da influenciadora goiana e seu marido evidencia como a sofisticação tecnológica pode ser instrumentalizada para construir fortunas ilícitas sob o véu de vidas públicas glamorosas. O desmonte da organização serve de alerta às instituições financeiras e autoridades reguladoras quanto à urgência de sistemas de segurança mais robustos no combate ao cibercrime.

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Marcus

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