Incêndio destrói frota de caminhões da Secretaria de Infraestrutura, em Goiânia
Fogo destrói caminhões da Secretaria de Infraestrutura e levanta questionamentos sobre manutenção, prevenção e responsabilidade do poder público
Um incêndio que destruiu cerca de dez caminhões da Secretaria Municipal de Infraestrutura de Goiânia, na madrugada desta quinta-feira (18), trouxe à tona fragilidades na gestão, manutenção e nos protocolos de segurança da frota pública da capital. Embora não tenha havido feridos, o episódio evidencia riscos previsíveis e falhas evitáveis em um pátio que abriga veículos pesados e materiais inflamáveis, em área urbana sensível.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM-GO), a suspeita inicial é de que o fogo tenha começado em um dos caminhões e se alastrado rapidamente para os demais, estacionados lado a lado, sem espaçamento de segurança adequado. A Prefeitura informou, em nota, que um servidor de plantão ouviu uma explosão e constatou chamas na bateria de um dos veículos — um indício que reforça a necessidade de manutenção elétrica rigorosa e inspeções periódicas, práticas esperadas na administração de bens públicos.
O pátio da secretaria, localizado na Rua 21, Vila Santa Helena, fica próximo a residências. Apesar de os bombeiros destacarem que a área é aberta e ampla — o que evitou a propagação do fogo para a vizinhança —, o próprio arranjo do estacionamento, com caminhões caçamba concentrados, contribuiu para a rápida evolução das chamas. Durante o combate, as equipes enfrentaram vazamento de óleo combustível e pequenas explosões de pneus e tanques, agravantes conhecidos em ambientes desse tipo e que exigem planos preventivos específicos.
A operação mobilizou oito viaturas, três caminhões-pipa e 21 militares, e o incêndio foi controlado em cerca de dez minutos. A resposta eficiente dos bombeiros, contudo, não elimina a responsabilidade da gestão municipal sobre as condições que permitiram o incidente. Em estruturas públicas estratégicas, a prevenção — e não apenas a resposta — é o principal indicador de boa governança.
Especialistas em segurança operacional e gestão de frotas apontam que incêndios iniciados em sistemas elétricos podem estar associados a baterias deterioradas, instalações improvisadas ou ausência de rotinas de inspeção. Também recomendam setorização do estacionamento, distanciamento mínimo entre veículos, planos de contingência, treinamento de pessoal e monitoramento contínuo, especialmente em garagens que concentram veículos a diesel.
Até o momento, a Prefeitura não apresentou laudo técnico conclusivo, cronograma de auditoria, nem estimativa detalhada dos prejuízos e do impacto sobre os serviços urbanos. A ausência de informações transparentes amplia a percepção de desorganização administrativa e reforça a cobrança por apuração independente, responsabilização e correção imediata das falhas.
O episódio não se limita a um acidente isolado: ele expõe vulnerabilidades estruturais na gestão do patrimônio público de Goiânia e impõe ao Executivo municipal o dever de prestar contas, rever protocolos e adotar medidas preventivas para evitar que um incidente previsível volte a colocar em risco recursos públicos e a segurança da população.
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