Imprudência fatal na GO-330: Viatura capota após caminhão invadir pista e mata agente da Polícia Civil e estagiária
Imagens revelam momento exato em que caminhão força manobra arriscada e provoca acidente com viatura da Polícia Civil de Goiás, deixando dois mortos e dois feridos em estado grave. Tragédia gera comoção e levanta debate sobre segurança em rodovias estaduais.
Uma manobra abrupta e irresponsável resultou em uma tragédia que interrompeu duas vidas e deixou outras duas gravemente feridas na GO-330, entre Leopoldo de Bulhões e Silvânia. Imagens de uma câmera de segurança, obtidas por investigadores e confirmadas pela Polícia Civil, mostram o momento em que um caminhão invade a pista contrária e obriga a viatura da corporação a desviar — a tentativa de evitar o impacto termina em desastre: a viatura colide, sai da pista e capota violentamente.
No veículo estavam o agente da Polícia Civil Ananias Batista, de 52 anos, e duas estagiárias — Amanda Monteiro, de 19 anos, e Ana Caroliny Siqueira Mendes, de 18 — além do delegado Leonardo Sanches, de 44 anos. Amanda e Ananias morreram ainda no local. Leonardo e Ana Caroliny foram resgatados com ferimentos graves, incluindo traumas na coluna vertebral, e permanecem internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), em Goiânia.
Segundo nota oficial da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), ambos seguem em estado grave, porém estável. Ana Caroliny passou por cirurgia e está em cuidados pós-operatórios. O delegado permanece em observação intensiva.
Manobra perigosa e falha em cadeia
A dinâmica do acidente, descrita com base nas imagens e nos primeiros relatos oficiais, aponta que o caminhão invadiu a contramão ao tentar desviar de um carro parado na via com pneu estourado. A viatura, que seguia na direção oposta, foi surpreendida e teve poucos segundos para reagir. A tentativa de desviar não impediu a colisão. O impacto lançou o veículo da corporação para fora da pista, onde capotou.
O delegado Leonilson Pereira, do Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) de Anápolis, conduz a apuração sobre o caso. Os motoristas envolvidos passaram pelo teste do etilômetro, com resultado negativo para consumo de álcool. Não houve prisão em flagrante.
Repercussão e comoção no meio institucional
A tragédia causou profunda comoção entre autoridades, servidores públicos e entidades ligadas à segurança e justiça. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), lamentou publicamente as perdas, descrevendo as vítimas como “profissionais exemplares que desempenhavam suas funções com zelo e dedicação”.
Em nota, a Polícia Civil de Goiás expressou solidariedade às famílias e reafirmou o compromisso com a elucidação rigorosa dos fatos. Já o Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO) declarou consternação e colocou-se à disposição dos familiares e sobreviventes para suporte psicológico, jurídico e institucional.
A Polícia Científica também se manifestou, ressaltando a relevância e o simbolismo da perda de um agente experiente e de uma jovem estagiária que recém iniciava sua jornada profissional no serviço público. “Ambos representavam, em tempos diferentes da vida, o mesmo compromisso com a justiça e o interesse público”, declarou a instituição.
Rodovias vulneráveis e rotina de risco
O acidente reacende discussões sobre a segurança viária nas rodovias estaduais goianas, sobretudo em trechos que, embora pavimentados, carecem de estrutura adequada para suportar o volume e a diversidade de tráfego — especialmente veículos de grande porte. O segmento onde ocorreu a tragédia, embora não figure entre os mais críticos estatisticamente, possui curvas perigosas e visibilidade limitada.
Para agentes da segurança pública, o deslocamento diário entre cidades, muitas vezes em viaturas descaracterizadas ou sem escolta, impõe riscos constantes. Casos como o de Ananias e Amanda escancaram o limite entre a rotina institucional e o perigo extremo a que esses servidores estão expostos.
Perfis das vítimas fatais
Ananias Batista dedicou mais de duas décadas à Polícia Civil. Era conhecido pelo profissionalismo e pela disposição em formar novos agentes. Amanda Monteiro, por sua vez, havia iniciado recentemente o estágio na corporação, com planos de cursar Direito e seguir carreira policial. Ambos foram sepultados sob homenagens de familiares, amigos e colegas de farda.
A apuração criminal segue sob responsabilidade do Geic de Anápolis, com apoio da perícia técnica e da Polícia Científica. A principal linha investigativa é a conduta do caminhoneiro, embora a eventual responsabilização de outros motoristas também não esteja descartada.
A tragédia não apenas marca a perda irreparável de dois membros da segurança pública goiana, como expõe fragilidades estruturais e operacionais que precisam ser enfrentadas com urgência. Enquanto as famílias choram suas perdas, o Estado e a sociedade são convocados a refletir: quantas vidas mais serão ceifadas antes que o transporte em serviço público seja tratado com o rigor e a proteção que exige?
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