Hugol enfrenta escassez severa de sangue raro e convoca doadores com urgência
Banco de Sangue do principal hospital de urgências de Goiás sofre colapso em seus estoques de tipos A-, B- e O-, fundamentais para atendimentos emergenciais e transfusões críticas

O Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), referência em atendimento de trauma e emergências no Centro-Oeste, opera em situação crítica por causa da queda drástica nos estoques de sangue dos tipos A negativo, B negativo e O negativo. A direção do Banco de Sangue da unidade classificou o nível de reservas como “extremamente baixo”, o que pode comprometer a resposta hospitalar em casos de urgência e procedimentos cirúrgicos de alta complexidade.
A escassez de sangue Rh negativo — que representa uma pequena fração da população, mas é essencial em emergências — tornou-se particularmente preocupante neste período, em razão de redução sazonal nas doações, associada às férias escolares, viagens e aumento de acidentes domésticos e automobilísticos.
“As transfusões urgentes muitas vezes não permitem a tipagem imediata. Quando o sangue do tipo O negativo está indisponível, vidas ficam em risco”, alerta Wilson Moreira, supervisor do Banco de Sangue do Hugol.
Fatores que agravam a crise
A cobertura de urgências do Hugol inclui acidentes de trânsito, queimaduras graves, cirurgias emergenciais e traumas de alta complexidade, o que exige estoques estáveis e diversificados de sangue. O tipo O negativo é o chamado “doador universal” — pode ser administrado a qualquer paciente, independentemente da tipagem sanguínea —, sendo indispensável em intervenções de risco imediato.
Além disso, os tipos A‑ e B‑, embora menos mencionados, também são escassos e fundamentais, pois os pacientes com esses grupos só podem receber transfusão de doadores do mesmo fator Rh, o que limita significativamente as combinações possíveis.
A média de doações regulares não acompanha a curva de demanda hospitalar. E, segundo levantamento da unidade, apenas 7% da população brasileira possui sangue Rh negativo, o que acentua a necessidade de reposição contínua por parte dos doadores.
Quem pode doar: critérios técnicos
Para garantir a segurança do doador e do receptor, o procedimento de doação obedece a protocolos rígidos de triagem clínica. Podem doar:
- Pessoas entre 18 e 69 anos (menores de idade com autorização);
- Com peso mínimo de 50 kg;
- Em bom estado de saúde geral, sem sintomas gripais ou febris;
- Que não tenham ingerido álcool nas últimas 12 horas;
- Que não realizaram tatuagens, piercings ou maquiagem definitiva nos últimos 12 meses;
- Que não passaram por endoscopia nos últimos 6 meses;
- Que não estejam em tratamento com antibióticos ou antifúngicos;
- Que não possuam diagnóstico ou histórico de doenças infecciosas transmissíveis por via sanguínea, como Hepatite, Sífilis, HIV ou Doença de Chagas.
Onde e quando doar
A Unidade de Coleta e Transfusão do Hugol está localizada na própria estrutura do hospital, e funciona em horários acessíveis para o público:
- Segunda a sexta-feira: das 7h às 18h30
- Sábados: das 7h às 12h
Não é necessário agendamento prévio. Dúvidas podem ser esclarecidas por telefone:
📞 (62) 3270-6662 ou via WhatsApp: (62) 3270-6661.
Por que doar agora é essencial
A doação de sangue é um ato de cidadania que salva vidas concretas e imediatas. Uma única bolsa pode beneficiar até quatro pacientes. Em momentos de escassez como o atual, a ausência de unidades sanguíneas compatíveis pode significar a suspensão de cirurgias eletivas, atrasos em tratamentos oncológicos e risco de mortalidade em traumas.
Especialistas alertam que a responsabilidade pela manutenção do estoque é coletiva e independe de vínculo direto com algum paciente. O sangue não tem substituto artificial: ele só pode ser obtido pela doação voluntária e regular.
Fontes consultadas:
- Governo de Goiás – Secretaria de Saúde
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