Homem morre após ataque de abelhas no Setor Nova Suiça, em Goiânia: suspeita de reação alérgica é investigada

Vítima de 39 anos sofreu parada cardiorrespiratória após ser atacada nas proximidades do local de trabalho; médicos não conseguiram reanimá-lo. Caso mobiliza autoridades e expõe riscos de reações alérgicas severas a picadas de insetos.

Um homem de 30 anos morreu após ser atacado por um enxame de abelhas no Setor Nova Suiça, região de atividade comercial e residencial na capital goiana. O caso ocorreu na tarde desta quarta-feira, e o óbito foi confirmado por equipes do Corpo de Bombeiros, que chegaram ao local e encontraram a vítima em parada cardiorrespiratória. Apesar dos esforços de ressuscitação, o homem não resistiu.

Segundo informações preliminares da Polícia Militar (PM), a vítima estava próxima ao seu local de trabalho quando foi surpreendida pelo ataque do enxame. Colegas de trabalho acionaram o socorro imediatamente, mas os bombeiros relataram que o quadro clínico já era grave ao chegar: “A vítima apresentava sinais claros de choque anafilático ou reação sistêmica severa, evoluindo rapidamente para parada”, disse um dos socorristas, sob anonimato.

Ainda não há confirmação se o homem possuía histórico de alergia a picadas de abelhas, informação que será esclarecida pelos exames necroscópicos conduzidos pela Polícia Científica. O corpo foi recolhido pelo Instituto Médico Legal (IML), e a Polícia Civil também foi acionada para acompanhar o caso.

Ataques e risco à saúde pública

Ataques de abelhas não são eventos raros, sobretudo em áreas urbanas com presença de colmeias não identificadas ou mal manejadas. De acordo com especialistas em toxicologia clínica, a reação ao veneno de abelha pode variar de leve irritação local a reações anafiláticas graves, que afetam o sistema respiratório e cardiovascular em questão de minutos. A depender da sensibilidade do indivíduo ou da quantidade de ferroadas, o quadro pode ser fatal, mesmo em pessoas previamente saudáveis.

“Uma única ferroada pode ser perigosa para quem tem hipersensibilidade ao veneno. Mas em ataques múltiplos, como parece ter ocorrido neste caso, o risco é potencialmente letal mesmo para quem não tem alergia conhecida”, explica o imunologista Dr. Fábio Cordeiro, da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (SBAI).

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e o Centro de Zoonoses foram notificados para investigação do local e eventual remoção segura de colmeias, a fim de evitar novos incidentes. “É essencial que a população denuncie casos de colmeias em locais públicos ou residenciais. A retirada só pode ser feita por equipes treinadas, com equipamentos de proteção adequados”, reforçou o tenente-coronel Marcelo Dutra, porta-voz do Corpo de Bombeiros.

Ausência de protocolos e prevenção

O caso reacende o debate sobre a ausência de campanhas sistemáticas de orientação sobre o risco de ataques de insetos no meio urbano. Apesar da existência de protocolos municipais para captura de enxames, muitas vezes eles não são amplamente divulgados, e a população segue sem saber como agir diante de colmeias visíveis em árvores, muros ou estruturas de edifícios.

Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), Goiás registrou 221 casos de acidentes com abelhas apenas em 2024. Desse total, ao menos dois evoluíram para óbito. Os números de 2025 ainda estão sendo consolidados, mas especialistas alertam que o clima seco e quente favorece o comportamento mais agressivo das abelhas.

Orientações à população

Em caso de ataque por abelhas, os especialistas recomendam:

• Buscar abrigo fechado imediatamente, como veículos ou prédios;
• Não reagir de forma brusca, o que pode atrair mais picadas;
• Retirar os ferrões o quanto antes, de preferência com um objeto reto, evitando espremer a pele;
• Procurar atendimento médico urgente, especialmente ao menor sinal de inchaço generalizado, dificuldade respiratória ou queda de pressão.

A identidade da vítima não foi oficialmente divulgada até a publicação desta reportagem. O caso segue sob investigação da Polícia Civil de Goiás.

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