Homem é preso em Goiás por invadir sistema do TJ-PI e falsificar decisões judiciais: Polícia investiga organização criminosa interestadual
Operação “Hard Reset” revela sofisticado esquema de fraudes digitais que utilizava credenciais de magistrado para emissão de ordens judiciais falsas e bloqueios bancários irregulares.

Um homem foi preso nesta semana em Itumbiara, no sul de Goiás, sob suspeita de envolvimento em um esquema complexo de crimes cibernéticos que atingiu o coração do Poder Judiciário. A operação, batizada de Hard Reset, foi deflagrada pela Polícia Civil do Piauí (PC-PI), com apoio da Polícia Civil de Goiás e do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Segundo a investigação, o suspeito teria invadido sistemas sigilosos do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI), incluindo o Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e o Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud) — ambos vinculados ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A partir dessas invasões, foram geradas decisões judiciais falsas, incluindo bloqueios bancários e outras ordens que, aparentemente legítimas, escondiam a atuação de uma sofisticada organização criminosa.
As credenciais institucionais de um magistrado do TJ-PI foram utilizadas de forma indevida, levantando a hipótese de roubo de identidade funcional com o objetivo de fraudar processos judiciais eletrônicos. A apuração indica que o grupo teria estrutura interestadual, com capacidade de manipular sistemas do Judiciário em mais de um estado, o que agrava a gravidade dos delitos sob análise.
Durante a operação, foi cumprido um mandado de prisão temporária e um de busca e apreensão na residência do investigado em Itumbiara. Equipamentos eletrônicos foram recolhidos para análise técnica e perícia digital. Os dados coletados serão fundamentais para elucidar o caminho da fraude, identificar outros possíveis membros da organização criminosa e aferir o prejuízo causado às instituições e cidadãos eventualmente lesados.
A PC-PI informou que a investigação ainda está em curso e que o caso é tratado como crime de invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica, uso de documento falso e associação criminosa, todos agravados pelo envolvimento com sistemas de segurança institucional.
Segundo fontes ligadas à investigação, o uso do nome de um juiz do TJ-PI sem o seu conhecimento demonstra o alto nível de engenharia social e acesso indevido aos sistemas eletrônicos, o que coloca em alerta não apenas os tribunais, mas toda a estrutura digital da administração pública.
O caso evidencia, mais uma vez, a vulnerabilidade dos sistemas públicos frente a cibercriminosos e reforça a necessidade de investimentos robustos em segurança da informação, especialmente no âmbito do Judiciário, onde o tráfego de dados sensíveis e decisões com grande impacto social exigem camadas adicionais de proteção.
A operação “Hard Reset” é mais uma ofensiva no combate à criminalidade digital no Brasil e deve servir como marco para o fortalecimento da cibersegurança institucional. As autoridades reforçam que novas fases da operação não estão descartadas e que outros envolvidos podem ser identificados nas próximas semanas.
Tags: #Cibercrime #Justiça #PolíciaCivil #FraudeJudicial #HardReset #SegurançaDigital #Itumbiara #TJPI #Goiás #Piauí

