19 de outubro de 2024
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Homem é preso após perseguir mulher por 12 anos em Pirenópolis; suspeito já cumpria pena por furto

Polícia Militar prende homem com histórico de crimes que assediava mulheres há mais de uma década na cidade histórica.
Suspeito importunava mulheres na cidade de Pirenópolis e estava cumprindo pena por furto. Polícia Militar de Pirenópolis

A Polícia Militar de Pirenópolis, prendeu nesta quinta-feira (3) Daniel Rodrigues Alves, de 33 anos, sob acusação de perseguir e importunar uma mulher por 12 anos. Segundo as autoridades, o suspeito possui antecedentes criminais, incluindo furto, pelo qual estava cumprindo pena antes de ser detido novamente.

A prisão foi realizada após denúncias feitas por vítimas que relataram ter sido assediadas e perseguidas pelo homem ao longo de anos, tornando-se um caso emblemático de violência psicológica e stalking (perseguição persistente) na cidade.

Histórico de perseguição e denúncias acumuladas

De acordo com as investigações, Daniel começou a perseguir a vítima há mais de uma década. Ela registrou inúmeras ocorrências ao longo dos anos, mas a sensação de impunidade fez com que o assediador continuasse com suas ações. Outras mulheres em Pirenópolis também relataram ter sido importunadas pelo homem, que se tornava agressivo quando era ignorado.

A prisão desta semana é fruto de uma operação mais ampla da Polícia Militar, que visava combater crimes de importunação e violência psicológica contra mulheres na cidade, especialmente em áreas rurais e menos vigiadas de Pirenópolis, que tem uma população local e flutuante devido ao turismo.

Investigação e condenação prévia por furto

Além das acusações de stalking, Daniel Rodrigues já cumpria pena por furto, um crime que cometera antes de ser preso agora por perseguição. O suspeito era monitorado pela polícia, o que facilitou a sua prisão imediata após a nova denúncia de perseguição.

Segundo o delegado responsável pelo caso, José Pereira Neto, as investigações mostraram que o comportamento criminoso de Daniel se agravou com o passar dos anos. “Ele usava táticas de intimidação e constrangimento para fazer com que as vítimas sentissem medo de denunciá-lo. Quando a primeira mulher que ele perseguia começou a relatar os incidentes, outras vítimas apareceram, o que fortaleceu o caso contra ele”, explicou o delegado.

Stalking e violência psicológica: um crime que assola Pirenópolis

O caso levanta questões sobre o combate ao stalking e à violência psicológica, crimes que muitas vezes não deixam marcas físicas imediatas, mas afetam profundamente as vítimas. A situação de Pirenópolis é particularmente preocupante, uma vez que a cidade atrai muitos visitantes e tem áreas mais afastadas, o que pode dificultar a vigilância policial.

A delegada Maria Aparecida Moura, especialista em crimes contra a mulher, destacou a importância de as vítimas não se sentirem sozinhas. “O caso de Pirenópolis mostra o quão grave e prolongada pode ser uma situação de perseguição. Muitos casos de stalking não são levados a sério no início, o que permite que o agressor continue suas práticas sem ser punido.”

Legislação sobre stalking no Brasil

No Brasil, a perseguição ou “stalking” foi tipificada como crime apenas em 2021, após sanção da Lei nº 14.132/2021. A legislação prevê pena de seis meses a dois anos de prisão para quem for condenado por perseguição. A prática se caracteriza quando alguém reiteradamente ameaça, persegue ou invade a privacidade de outra pessoa, causando-lhe medo ou angústia.

No caso de Daniel Rodrigues, a reincidência em crimes anteriores, como o furto, e o prolongado período de perseguição à vítima podem agravar sua pena. “Estamos diante de um caso emblemático em que o comportamento criminoso se perpetua. O trabalho das autoridades agora será garantir que a punição seja severa, para que outras mulheres não sejam vítimas do mesmo agressor”, ressaltou a delegada Maria Aparecida.

Denúncia e proteção às vítimas

A Polícia Militar de Pirenópolis reforçou a importância das denúncias em casos de violência psicológica e perseguição. “Nenhuma mulher deve se sentir impotente ou desprotegida. Temos equipes prontas para investigar qualquer situação de stalking ou importunação, e as vítimas podem contar com o apoio da delegacia especializada em violência contra a mulher”, afirmou o major Cláudio Oliveira, da PM.

Além das ações policiais, a cidade de Pirenópolis tem trabalhado para fortalecer a rede de apoio às vítimas, incluindo psicólogos, assistentes sociais e ONGs locais que oferecem assistência.

A prisão de Daniel Rodrigues Alves marca um avanço no combate ao stalking e à violência psicológica em Pirenópolis. O caso destaca a importância das vítimas denunciarem desde os primeiros sinais de perseguição, para que as autoridades possam agir de maneira rápida e eficaz.

Com a prisão do suspeito e a abertura de novas investigações, as autoridades esperam inibir outros casos de perseguição na região, além de reforçar as políticas de proteção às mulheres que são vítimas desse tipo de crime.

Tags: Perseguição, Stalking, Violência psicológica, Polícia Militar, Pirenópolis, Direitos das mulheres, Crime, Furto, Importunação