8 de dezembro de 2025
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Hanseníase: Brasil Registra Alta nos Casos e Enfrenta Desafios com Estigma e Diagnóstico Precoce

Com 245 mil novos casos nos últimos 10 anos, país concentra 90% das ocorrências nas Américas. Campanha do Janeiro Roxo reforça importância do diagnóstico e tratamento pelo SUS.
A dermatologista Ana Elisa Mendonça cita os sintomas e explica sobre o tratamento da hanseníase. Arquivo Pessoal

O Brasil enfrenta um cenário preocupante em relação à hanseníase. Atrás apenas da Índia em prevalência da doença, o país registrou quase 245 mil novos casos na última década, segundo o Ministério da Saúde. Em 2023, foram contabilizados 22.773 novos diagnósticos, enquanto em 2024, até setembro, mais de 14.400 casos já haviam sido registrados. A doença, que afeta a pele, os nervos periféricos e as mucosas, ainda carrega forte estigma social, mesmo sendo curável e tendo tratamento gratuito disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Comemorado no último domingo de janeiro — este ano, no dia 26 — o Dia Mundial da Hanseníase busca conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e o combate ao preconceito.

Entenda a Doença

A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, um bacilo que atinge principalmente a pele e o sistema nervoso periférico. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas com perda de sensibilidade ao calor, frio ou toque;
  • Espessamento ou dor em nervos como ulnar, radial e tibial;
  • Dormência, formigamento e redução da força motora, podendo causar deformidades como mão em garra ou pé caído;
  • Ferimentos indolores nas extremidades, devido à perda de sensibilidade.

Segundo a dermatologista Ana Elisa Mendonça, do Centro Clínico Órion, em Goiânia, a transmissão ocorre por contato prolongado e próximo com uma pessoa infectada e sem tratamento. “A doença é transmitida principalmente por gotículas respiratórias. Embora tenha alta infectividade, 90% das pessoas têm resistência natural ao bacilo, o que impede o desenvolvimento da doença.”

Tratamento e Prevenção

O tratamento é realizado com poliquimioterapia única (PQT-U), fornecida gratuitamente pelo SUS. A duração varia conforme a forma clínica:

  • Hanseníase paucibacilar (menos de cinco lesões): tratamento por seis meses;
  • Hanseníase multibacilar (mais de cinco lesões): tratamento por 12 meses.

O tratamento interrompe a transmissão da doença já nos primeiros dias de uso e é eficaz para evitar complicações graves, como danos permanentes aos nervos.

A especialista reforça que o diagnóstico precoce é essencial para evitar sequelas. “O atraso no diagnóstico pode levar a deformidades irreversíveis, comprometendo a qualidade de vida do paciente. Por isso, campanhas como o Janeiro Roxo são fundamentais para promover o conhecimento e reduzir o preconceito.”

O Impacto do Preconceito

Apesar dos avanços, a hanseníase ainda é marcada pelo estigma. Historicamente associada a isolamento compulsório e termos pejorativos como “lepra”, a doença carrega mitos que dificultam o acesso ao tratamento. Muitos acreditam, erroneamente, que a hanseníase é altamente contagiosa e incurável, o que contribui para o isolamento social e discriminação dos pacientes.

“O preconceito pode atrasar a busca por atendimento médico, perpetuando o ciclo da doença. Combater a desinformação é tão importante quanto oferecer tratamento”, destaca Ana Elisa.

Janeiro Roxo: Conscientização é o Caminho

A campanha do Janeiro Roxo reforça a necessidade de diagnosticar e tratar a hanseníase para interromper a cadeia de transmissão. A mobilização inclui ações educativas, palestras e treinamentos voltados para profissionais de saúde e a população em geral.

“É essencial que as pessoas saibam que a hanseníase tem cura e que o tratamento pelo SUS é eficaz. Mais do que isso, é preciso combater o preconceito, promovendo dignidade e saúde para os pacientes. A conscientização é o primeiro passo para erradicar a doença no Brasil”, conclui a dermatologista.

Onde Buscar Ajuda

Se você notar os sintomas descritos, procure imediatamente uma unidade básica de saúde. O SUS oferece diagnóstico, tratamento gratuito e acompanhamento integral para casos confirmados.


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Marcus

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