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4 de junho de 2025
EconomiaJustiçaNegóciosÚltimas

Grupo Super Barão entra em Recuperação Judicial e mira parceria com investidor para evitar colapso

Rede de supermercados com mais de 30 anos em Goiás busca reestruturar dívidas, reorganizar operações e reconquistar credibilidade no mercado. Colaboradores demitidos denunciam atrasos e incertezas; grupo confirma negociação com investidor externo.
Super Barão: unidades mais tradicionais devem manter funcionamento (Divulgação)

Com mais de três décadas de atuação no varejo goiano, o Grupo Super Barão protocolou pedido de Recuperação Judicial (RJ) na tentativa de evitar a falência e reorganizar seu modelo de negócios. A medida foi confirmada pela própria empresa em nota divulgada na última sexta-feira (10), e ocorre em meio a denúncias de ex-funcionários sobre salários atrasados e fechamento súbito de unidades.

De acordo com o comunicado oficial, a decisão visa “preservar empregos, reequilibrar financeiramente o grupo e assegurar a continuidade dos serviços aos clientes”. No entanto, o cenário é desafiador: pelo menos cinco unidades foram fechadas temporariamente, consumidores relatam prateleiras vazias e manifestações de trabalhadores aumentam a pressão sobre a administração.

Crise à vista: estoque vazio, salários em atraso e carteiras sem baixa

Desde março, rumores de instabilidade começaram a ganhar força entre consumidores e fornecedores. Rupturas frequentes de estoque, falta de produtos básicos e redução do quadro de funcionários acenderam o alerta. Na última sexta-feira (10), ex-colaboradores realizaram protesto na porta da sede administrativa, no setor Cidade Jardim, em Goiânia, denunciando a falta de pagamento do mês de abril e a ausência de baixa nas carteiras de trabalho — impedindo acesso ao seguro-desemprego e ao FGTS.

Apesar das denúncias, o grupo afirma que os salários de abril foram quitados, inclusive para os desligados. “Todos os pagamentos foram realizados. Casos pontuais estão sendo acompanhados pelo jurídico”, disse em nota.

Especialistas ouvidos pela reportagem destacam que, ao ingressar com o pedido de RJ, a empresa congela temporariamente suas obrigações, enquanto apresenta à Justiça um plano para reestruturação financeira. “É uma última chance antes do colapso definitivo”, afirma o advogado empresarial Júlio César Vale, membro da Comissão de Direito Empresarial da OAB-GO.

Reestruturação seletiva e investidor estrangeiro em negociação

O Super Barão conta atualmente com 24 lojas em Goiás, sendo Goiânia o principal centro de operações. De acordo com fontes próximas à administração, as lojas com maior faturamento permanecerão abertas. Outras unidades, descritas como “menos estratégicas”, estão sendo fechadas temporariamente para readequação de layout, controle de estoque e revisão contratual com fornecedores.

De forma discreta, a rede confirmou que negocia com um grupo investidor externo, interessado em injetar capital na companhia durante a RJ. Ainda não foram divulgados nomes ou valores, mas a expectativa é que a parceria traga novos modelos de gestão e padronização da operação.

“O investidor é experiente no ramo varejista e está avaliando assumir parte da administração. É um movimento crucial para a sobrevivência da marca”, confidenciou à reportagem uma fonte envolvida nas tratativas, sob anonimato.

O que diz a Justiça? E como funciona a Recuperação Judicial?

O pedido de RJ já tramita na Vara Empresarial de Goiânia e aguarda parecer inicial sobre a viabilidade da recuperação. Após aceitação do juiz, um administrador judicial será nomeado e o grupo terá 60 dias para apresentar o plano formal de reestruturação. Credores serão convocados para votação — e terão o poder de aprová-lo ou rejeitá-lo.

O modelo é comum em casos de empresas com relevância econômica regional. Em Goiás, a rede Barão possui uma marca reconhecida e forte apelo popular. “É preferível reorganizar uma empresa com base instalada do que permitir sua liquidação imediata, o que geraria desemprego e impacto na cadeia de fornecimento”, destaca o economista Eduardo Guimarães, da Universidade Federal de Goiás.

Transparência como estratégia — e os riscos no caminho

Embora a nota da empresa aponte transparência como valor prioritário, o silêncio da administração sobre prazos de rescisão, recontratação de funcionários e cronograma de reabertura das lojas fechadas gera insegurança. Para os especialistas, manter canais de comunicação abertos com consumidores, fornecedores e funcionários será essencial.

A rede, que já empregou mais de 2 mil pessoas em seu auge, não informou o número atual de colaboradores ativos, mas fontes ligadas ao setor estimam que cerca de 700 postos de trabalho ainda estão em operação.

Perspectivas para o varejo goiano

A crise do Super Barão acontece em um momento de forte competição no setor supermercadista em Goiás, com redes como Barbosa, Assaí, Atacadão e Bretas reforçando presença no estado. A entrada de novos players com maior capacidade de investimento e logística pressiona empresas locais a se modernizar — ou sucumbir.

Segundo dados da Associação Goiana de Supermercados (Agos), o setor movimentou mais de R$ 18 bilhões em 2024, mas pequenas e médias redes enfrentam queda de margem, inflação nos insumos e aumento do custo de operação.

“Quem não se digitalizou ou não diversificou a operação, ficou vulnerável. A RJ pode ser um ponto de virada, mas exige disciplina financeira e gestão profissional”, conclui o analista André Ferreira, do Sebrae-GO.

Tags: #RecuperaçãoJudicial #Supermercados #Goiás #CriseFinanceira #Investimentos #Trabalho #EconomiaLocal