Grupo é preso por venda de anestésico veterinário usado como droga em festas no DF e Goiás
Polícia identifica esquema envolvendo clínicas veterinárias e lavagem de dinheiro; sete suspeitos foram detidos em flagrante.
Uma operação coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desmantelou um esquema de tráfico de drogas que utilizava cetamina, um anestésico de uso veterinário e médico, como substância recreativa em festas na região do Distrito Federal e entorno. A Operação Hermano, deflagrada na última quinta-feira (5), resultou na prisão de sete pessoas em flagrante, incluindo dois irmãos apontados como líderes do esquema.
Além das prisões, a ação ocorreu simultaneamente em locais do DF e em Valparaíso de Goiás, onde foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão. Entre os materiais confiscados, destacam-se maconha, cocaína, cetamina, uma arma de fogo, celulares, dinheiro em espécie e equipamentos utilizados para o preparo e distribuição das drogas, como balanças de precisão e embalagens plásticas.
Clínicas veterinárias no centro das investigações
Segundo as autoridades, a investigação, que começou em junho de 2024, apontou que o grupo obtinha cetamina por meio de duas clínicas veterinárias, cujos nomes e endereços permanecem sob sigilo. O anestésico, que possui uso controlado na medicina veterinária e humana, vinha sendo adquirido ilegalmente e repassado para festas, onde era utilizado como droga recreativa devido aos seus efeitos alucinógenos.
O Programa VigiFronteiras, do Ministério da Agricultura e Pecuária, colaborou tecnicamente com a operação, reforçando o controle sobre a comercialização de medicamentos veterinários.
Lavagem de dinheiro e organização criminosa
Entre os presos, dois irmãos operavam um comércio na região do Guará (DF), apontado como ponto de lavagem de dinheiro gerado pelo tráfico. Segundo a PCDF, o esquema envolvia a manipulação de receitas financeiras para ocultar a origem ilícita dos lucros.
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/2006) e associação criminosa (art. 35 da mesma lei), cujas penas podem chegar a 15 anos de reclusão para o tráfico e 10 anos pela associação.
Impacto e novas estratégias de combate
O uso recreativo da cetamina tem se tornado uma preocupação crescente das autoridades devido ao seu fácil acesso em clínicas veterinárias e ao alto risco de dependência e danos à saúde. A operação representa um marco no combate ao tráfico de drogas sintéticas e controladas, ampliando o foco para o envolvimento de setores regulamentados, como o veterinário.
A PCDF reforçou a importância de um sistema de monitoramento mais eficaz para a distribuição de medicamentos controlados, além de maior conscientização entre profissionais da área.
Desdobramentos e novas frentes de investigação
As investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema e verificar possíveis falhas no controle da comercialização de medicamentos nas clínicas veterinárias. As prisões e apreensões realizadas representam um avanço significativo, mas as autoridades enfatizam que o combate ao tráfico de drogas depende da colaboração entre diferentes setores da sociedade, incluindo o governo, profissionais regulamentados e a população em geral.
A Operação Hermano destaca a necessidade de uma resposta rápida e eficaz diante do crescimento do uso de substâncias químicas como drogas recreativas, especialmente em ambientes de festa.
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