Gripe aviária em Goiás: fazenda com mortes de mais de 100 galinhas é isolada, desinfectada e cercada por barreiras sanitárias
Foco confirmado em Santo Antônio da Barra acende alerta no setor agropecuário. Mais de 180 propriedades vizinhas são monitoradas em operação emergencial; especialistas reforçam que consumo de carne e ovos segue seguro.

Um foco confirmado de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em uma pequena propriedade rural no sudoeste de Goiás mobilizou uma operação emergencial de grande escala para conter o avanço do vírus entre aves no estado. A ocorrência, a primeira registrada oficialmente em território goiano, resultou na morte de mais de 100 galinhas e no sacrifício sanitário de outras 80.
Desde a confirmação do caso, no último dia 13, por meio de laudo emitido pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) interditou completamente a fazenda, iniciou a desinfecção total da área e montou barreiras sanitárias com rígida restrição ao trânsito de aves, ovos e materiais avícolas.
Zona crítica sob monitoramento rigoroso
A resposta imediata foi coordenada por um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária (Coezoo), criado especificamente para enfrentar o surto no município. Sob sua jurisdição, mais de 180 propriedades num raio de até 7 km da fazenda infectada foram inseridas em zonas de vigilância e fiscalização intensificada.
Foram estabelecidas duas zonas sanitárias:
- Zona Perifocal: raio de 3 km, com inspeções diárias e bloqueio total do trânsito de aves.
- Zona de Vigilância: raio de 7 km, com restrições à movimentação e orientações técnicas aos criadores.
Em ambas, equipes da Agrodefesa realizam inspeções sanitárias, aplicação de medidas de biossegurança, coleta de amostras e orientação sobre sinais clínicos da doença.
Riscos controlados, mas vigilância redobrada
Segundo a gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo, não há risco de contaminação por meio do consumo de carne de frango ou ovos, já que a transmissão da doença não ocorre pela ingestão desses alimentos.
“O plantel atingido era de subsistência, sem relação com granjas comerciais. O caso, portanto, não impacta o abastecimento ou exportação de produtos avícolas de Goiás”, garantiu.
O presidente da Agrodefesa, José Essado Ramos, também reforçou que o momento é de atenção e ação técnica, mas não de alarde:
“A gripe aviária exige respostas firmes e técnicas, como estamos fazendo. Não há motivo para pânico. O mais importante é que qualquer suspeita de novos casos seja imediatamente comunicada às autoridades”, afirmou.
Entenda como o vírus chegou à fazenda
O foco foi identificado após a morte súbita de mais de 100 aves em poucos dias. A notificação oficial chegou à Agrodefesa no dia 9 de junho. Os sintomas apresentados — como asas caídas, secreção nasal, dificuldade respiratória, inchaço facial e apatia — levantaram suspeitas de IAAP. Amostras foram coletadas e enviadas ao LFDA, que confirmou a presença do vírus.
O coordenador do Coezoo, Rafael Vieira, detalhou os riscos de propagação:
“As fezes de aves infectadas podem se aderir aos pneus de veículos, roupas, botas ou ferramentas, e assim o vírus pode ser levado para outros locais. Por isso, estamos desinfetando rigorosamente todos os veículos que acessam a área monitorada”, explicou.
Feiras suspensas e vigilância contínua
Para evitar a disseminação do vírus, todas as feiras agropecuárias, exposições e eventos com presença de aves vivas foram temporariamente suspensas na região. As medidas seguem os protocolos estabelecidos pelo Plano Nacional de Contingência da Influenza Aviária, adotado em consonância com normas da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
A Agrodefesa pede à população e aos criadores que fiquem atentos a sinais da doença, como:
- Apatia, perda de apetite
- Tosse, espirros, muco nasal
- Inchaço na crista, barbela e face
- Descoordenação motora, movimentos em círculos
- Hematomas nos membros
- Queda na produção de ovos ou alteração nas cascas
Para qualquer suspeita, o contato deve ser feito imediatamente via WhatsApp da Agrodefesa: (62) 98164-1128.
Goiás em alerta, mas com sanidade preservada
O estado de Goiás é um dos principais produtores avícolas do país e possui um histórico sólido de sanidade no setor. A atuação rápida das autoridades estaduais reforça o compromisso em preservar a credibilidade sanitária do plantel goiano, assegurando a segurança da cadeia produtiva e a confiança nos produtos avícolas do estado.
Enquanto a investigação sobre a origem exata do foco segue em andamento, o caso serve de alerta para a importância do monitoramento contínuo, da responsabilidade sanitária dos criadores e da colaboração da população para evitar novos surtos.
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