Personalizar preferências de consentimento

Usamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para permitir as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são requeridos para habilitar os recursos básicos deste site, como fornecer login seguro ou ajustar suas preferências de consentimento. Esses cookies não armazenam nenhum dado de identificação pessoal.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies funcionais ajudam a executar determinadas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedback e outros recursos de terceiros.

Nenhum cookie para mostrar

Cookies analíticos são usados ​​para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas como número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego etc.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies de desempenho são usados ​​para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência de usuário aos visitantes.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies de publicidade são usados ​​para fornecer aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que você visitou anteriormente e para analisar a eficácia das campanhas publicitárias.

Nenhum cookie para mostrar

22 de julho de 2025
MulherNotíciasPolíticaÚltimas

Governo Lula altera regra e autoriza custeio do traslado de corpos do exterior em casos excepcionais

Após comoção pela morte de jovem brasileira na Indonésia, novo decreto autoriza o Itamaraty a arcar com despesas de repatriação quando famílias não puderem pagar. Medida atende promessa do presidente à família de Juliana Martins.
Juliana Marins, de 26 anos (Reprodução / Instagram de Juliana Marins)

O governo federal publicou nesta sexta-feira (27) uma alteração significativa no Decreto nº 9.199, de 2017, que regulamenta a assistência consular a brasileiros no exterior. A nova redação abre margem para que o Estado brasileiro, por meio do Itamaraty, possa custear o traslado de corpos de cidadãos brasileiros mortos fora do país — em situações classificadas como excepcionais.

A mudança ocorre dias após a morte trágica da publicitária Juliana Martins, de 26 anos, que caiu de um penhasco durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia. O caso gerou forte comoção pública e mobilização nas redes sociais, além de uma promessa pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à família da jovem.

O que mudou no decreto?

Até então, o Decreto 9.199/2017 impedia expressamente o custeio, com verbas públicas, do transporte de restos mortais de brasileiros falecidos no exterior. O ônus recaía integralmente sobre os familiares, independentemente da situação econômica. A nova redação, no entanto, prevê exceções:

  • Quando a família comprovar incapacidade financeira para arcar com os custos;
  • Quando o falecimento não estiver coberto por seguro de vida, contrato de trabalho ou outro instrumento jurídico;
  • Quando a morte ocorrer em circunstâncias que provoquem comoção pública;
  • Quando houver disponibilidade orçamentária e financeira por parte do governo.

Segundo o texto, os critérios e procedimentos operacionais ainda serão detalhados em norma específica a ser editada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Uma promessa cumprida

A decisão foi diretamente motivada pelo diálogo de Lula com Manoel Martins, pai de Juliana, a quem o presidente prestou solidariedade pessoalmente. Em visita à Favela do Moinho, em São Paulo, na quinta-feira (26), Lula declarou:
“Um país como o nosso não pode deixar uma família desamparada diante de uma tragédia. Prometi ao pai dela que mudaríamos isso. Hoje, está feito.”

O gesto representa não apenas uma resposta humanitária a um caso específico, mas também uma inflexão em uma diretriz burocrática que vinha sendo alvo de críticas de organizações de direitos humanos há anos.

Impacto e comoção

A morte de Juliana Martins mobilizou autoridades em diferentes esferas. A Prefeitura de Niterói, município fluminense onde ela residia, também anunciou que se disponibilizaria a arcar com os custos do traslado, caso o governo federal não atuasse.

O corpo da jovem segue na Indonésia, onde será submetido a autópsia conforme a legislação local. A repatriação deve ocorrer nos próximos dias, seguida de velório e sepultamento no Brasil.

Uma mudança com efeito duradouro?

Apesar do caráter emergencial da medida, especialistas em diplomacia consular avaliam que a mudança representa um avanço no amparo aos brasileiros no exterior. Segundo a professora de Direito Internacional e ex-diplomata Fernanda Reis, da Fundação Getulio Vargas (FGV), “trata-se de um gesto humanitário que precisa ser acompanhado de regulamentações claras para evitar subjetividades na aplicação da norma. Mas o Brasil caminha para um padrão mais compatível com o que já ocorre em outros países latino-americanos”.

Dados do próprio Ministério das Relações Exteriores indicam que ao menos 1.200 brasileiros morrem por ano fora do país — causas naturais, acidentes ou violência figuram entre os principais motivos. Em boa parte desses casos, as famílias enfrentam altos custos e dificuldades logísticas para trazer os corpos de volta ao Brasil, com valores que podem ultrapassar R$ 50 mil.

Caminho jurídico e operacional

A regulamentação da nova política caberá ao Itamaraty. Segundo fontes da pasta, a previsão é de que um novo manual técnico seja publicado ainda em julho, com diretrizes sobre análise de renda familiar, formas de comprovação de hipossuficiência e interlocução com consulados e embaixadas.

A expectativa é que o novo dispositivo evite que situações de sofrimento sejam agravadas por entraves burocráticos ou financeiros. Ainda segundo o Itamaraty, o objetivo é garantir tratamento digno a cidadãos brasileiros mesmo diante da distância geográfica e das limitações da diplomacia consular.

Tags: #Diplomacia #Itamaraty #Lula #JulianaMartins #Traslado #GovernoFederal #Indonésia #DireitosHumanos #BrasileirosNoExterior #Repatriação