Governador Caiado aposta em modelo internacional e parceria com Albert Einstein para transformar rede hospitalar em Goiás
Projeto “Integração Hospitalar em Rede” promete reduzir em 50% as filas por atendimento e otimizar o uso de leitos em 24 unidades de saúde estaduais, com metodologia do Institute for Healthcare Improvement e investimento de R$ 20 milhões

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) deu início, nesta quinta-feira (26), à execução de um dos projetos mais ambiciosos da gestão estadual na área da saúde pública: o “Integração Hospitalar em Rede”. A iniciativa, orçada em R$ 20 milhões, pretende reduzir pela metade as filas de espera em hospitais da rede estadual, além de diminuir o tempo de internação e otimizar os leitos disponíveis em 24 unidades de saúde.
O plano foi estruturado com metodologia do Institute for Healthcare Improvement (IHI), referência internacional na melhoria de sistemas de saúde, e conta com a participação técnica do Hospital Israelita Albert Einstein, um dos centros de excelência mais reconhecidos da América Latina.
A proposta, construída ao longo dos últimos sete meses pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), traz metas ambiciosas: encurtar o tempo médio de permanência hospitalar de 4,8 para 3,8 dias e gerar uma economia estimada de até R$ 500 milhões ao erário público em um ano, segundo o secretário estadual de Saúde, Rasível Santos.
“Pacientes que demoram para serem internados em leitos adequados tendem a agravar seu quadro clínico, prolongando a estadia e elevando os custos. Ao racionalizar o fluxo e evitar esse agravamento, a economia poderá ser até superior à estimada”, afirmou Santos.
Referência internacional aplicada à realidade goiana
O projeto é considerado pioneiro em termos de rede hospitalar pública estadual, segundo Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein. “Estamos diante de uma experiência inédita no Brasil, que alia análise sistêmica, padronização de protocolos e gestão baseada em evidências. Esperamos, em 18 meses, apresentar resultados concretos, inclusive como modelo para outros estados”, afirmou Klajner.
A metodologia proposta pelo IHI, instituição americana sem fins lucrativos com ampla atuação em saúde pública, será aplicada em sete etapas progressivas:
- Planejamento;
- Diagnóstico situacional;
- Identificação e priorização de oportunidades;
- Construção da teoria de mudança;
- Execução com gestão da transformação;
- Compartilhamento de conhecimento entre equipes;
- Relatório de resultados e análise de impacto.
Essa abordagem possibilitará, entre outras ações, antecipar padrões de demanda, reduzir variações desnecessárias no agendamento de cirurgias eletivas e alocar recursos humanos e estruturais com mais precisão.
Hospitais beneficiados e cronograma
As intervenções serão realizadas de forma imediata nas 24 principais unidades estaduais, entre elas:
- Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo)
- Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol)
- Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad)
Inicialmente, as equipes do IHI e do Albert Einstein estão conduzindo visitas técnicas para a construção do diagnóstico situacional individualizado, mapeando fluxos, protocolos e gargalos específicos. Em seguida, será feita a capacitação intensiva das equipes locais, com foco em práticas assistenciais padronizadas e indicadores de eficiência.
O projeto, iniciado formalmente em maio de 2025 com a assinatura do contrato, terá duração até dezembro de 2026. Ao fim desse período, espera-se uma mudança estrutural na forma como o sistema estadual de saúde de Goiás atende e organiza seus pacientes.
Impacto social e sistêmico
Especialistas apontam que a integração de hospitais em rede é uma das principais ferramentas contemporâneas para enfrentar a superlotação e o desperdício de recursos no sistema público. Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a falta de padronização assistencial e o subaproveitamento de leitos são fatores determinantes para filas e internações prolongadas em todo o continente latino-americano.
Para o governador Ronaldo Caiado, que é médico de formação, o projeto também reafirma o compromisso de sua gestão com uma saúde pública orientada por ciência, eficiência e dignidade:
“Com esse projeto, estamos transformando o caos em rede. A desorganização é uma das principais causas de sofrimento nas emergências e nos hospitais. Estamos trazendo inteligência, técnica e gestão de excelência para garantir que cada cidadão seja atendido no tempo certo, no lugar certo e com a qualidade que merece.”
Desdobramentos e legado
O sucesso do programa poderá servir como projeto-piloto para redes hospitalares estaduais em todo o Brasil, especialmente nos estados com grande dispersão territorial e limitações logísticas. A articulação entre tecnologia, dados, protocolos clínicos unificados e capacitação permanente pode consolidar Goiás como um dos centros de excelência em saúde pública integrada no país.
Enquanto isso, a população aguarda os efeitos concretos no dia a dia das unidades de saúde. Se as projeções se confirmarem, o estado poderá se tornar um referencial em gestão hospitalar pública no Brasil, com impactos profundos tanto na qualidade do atendimento quanto na sustentabilidade do sistema de saúde.
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