Golpe do Falso Boleto: Funcionários de Lotéricas em Anápolis Sofrem Prejuízo de R$ 500 Mil
Criminosos se passam por proprietários e induzem funcionários a realizar pagamentos fraudulentos.

Um esquema de fraude eletrônica articulado por uma quadrilha especializada em estelionato digital deixou um rastro de prejuízo de meio milhão de reais em três casas lotéricas de Anápolis, município do centro goiano. O golpe, segundo revelou a Polícia Civil nesta sexta-feira (4), foi executado com alto grau de sofisticação, utilizando-se de engenharia social, manipulação digital e transferências rápidas por boletos bancários falsos.
O grupo criminoso se fazia passar por proprietários dos estabelecimentos e, via WhatsApp, entrava em contato com os próprios funcionários das lotéricas. As mensagens vinham carregadas de urgência e autoridade, exigindo o pagamento de boletos com valores diversos. Sem desconfiar da falsidade da comunicação, os empregados obedeciam às supostas ordens dos patrões — e transferiam os recursos para contas bancárias controladas pelos criminosos.
“Quando a vítima percebia o golpe, o dinheiro já havia sido compensado e pulverizado entre várias contas”, afirmou o delegado Leonilson Pereira, responsável pela investigação.
A ação criminosa foi desvendada durante a Operação Boleto Fantasma, deflagrada em Goiânia pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (GEIC). Durante os mandados de busca e apreensão, a polícia apreendeu celulares utilizados nas fraudes, valores em espécie e pistas que podem levar a outros integrantes da quadrilha.
Até o momento, 20 pessoas foram identificadas como membros do grupo, que pode ter ramificações fora do estado. As investigações indicam que os primeiros golpes ocorreram ainda em fevereiro deste ano, mas o número real de vítimas pode ser maior.
Um alerta ao setor comercial
Segundo a Polícia Civil, o golpe revela a fragilidade de muitas empresas diante de tentativas de fraude por meios digitais. A confiança natural dos funcionários e a falta de protocolos de autenticação para ordens financeiras criam um cenário propício para esse tipo de crime.
A corporação reforça que nenhuma transação financeira deve ser feita com base apenas em mensagens de texto, sem a devida checagem com os responsáveis diretos por telefone ou por outros canais oficiais.
A operação segue em curso, e novas prisões podem ocorrer nas próximas semanas. A Polícia Civil não descarta a participação de organizações criminosas com estrutura nacional ou internacional, dada a rapidez e a eficácia da movimentação dos valores desviados.
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