Goiás projeta safra recorde de grãos em 2024/2025 e reforça protagonismo no agronegócio nacional
Produção deve atingir 35,4 milhões de toneladas, crescimento de 17% impulsionado por ganhos de produtividade e ampliação da área plantada. Estado consolida terceira posição no ranking nacional, com destaque para soja e milho.

Goiás caminha para consolidar, mais uma vez, sua posição estratégica no agronegócio brasileiro. De acordo com o 10º Levantamento da Safra de Grãos 2024/2025, publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estado deve alcançar uma produção de 35,4 milhões de toneladas de grãos, o que representa um avanço expressivo de 17% em relação ao ciclo anterior, quando a colheita foi afetada por adversidades climáticas pontuais.
A estimativa consolida Goiás como o terceiro maior produtor nacional de grãos, atrás apenas de Mato Grosso e Paraná, mas à frente de estados como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, que historicamente disputam a mesma faixa no ranking.
O desempenho goiano é fruto direto de uma simbiótica combinação entre expansão da área cultivada, ganhos significativos de produtividade e a aplicação intensiva de tecnologias de precisão e práticas sustentáveis no campo.
Expansão da fronteira agrícola com eficiência
Segundo dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a área plantada no estado passou de 7,2 milhões para 7,4 milhões de hectares, um crescimento de 2,7%. Ainda mais relevante, porém, foi o salto de 13,9% na produtividade média, que passou de 4,1 para 4,7 toneladas por hectare — patamar que supera a média nacional em várias culturas.
“O aumento não é apenas numérico, é qualitativo. Isso reflete o amadurecimento técnico do setor agrícola em Goiás. Estamos colhendo os frutos de políticas públicas consistentes, qualificação técnica no campo e investimentos maciços em pesquisa e tecnologia”, afirmou Glaucilene Carvalho, secretária substituta da Seapa.
Soja e milho: motores do crescimento
As duas principais commodities agrícolas do estado — soja e milho — foram responsáveis por sustentar a curva ascendente da produção.
- A soja, que ocupa o maior espaço na matriz produtiva goiana, teve aumento de 2,5% na área cultivada, totalizando 4,9 milhões de hectares, e um salto de 18,4% na produtividade, alcançando 4,1 toneladas por hectare. A produção estimada é de 20,4 milhões de toneladas, frente às 16,8 milhões do ciclo anterior.
- O milho, por sua vez, expandiu a área plantada em 3,8%, chegando a 1,8 milhão de hectares, com produtividade média de 7,0 toneladas por hectare — alta de 6,9%. A produção estimada para o cereal é de 12,5 milhões de toneladas, 11% acima da safra passada.
Ambas as culturas mantêm Goiás na terceira colocação nacional, consolidando o estado como um polo agrícola estratégico, com forte vocação para exportação e abastecimento interno.
Diversificação e sustentabilidade
A análise da Conab abrange 18 culturas diferentes, incluindo arroz, trigo, feijão (nas três safras), sorgo, gergelim, caroço de algodão, aveia, triticale, canola, cevada e até oleaginosas como girassol e mamona.
Esse nível de diversificação, pouco comum em outros estados com perfil majoritariamente monocultor, é apontado como uma das fortalezas da agricultura goiana. Ele amplia a resiliência do setor diante de variabilidades climáticas e flutuações de mercado, além de reduzir riscos socioambientais.
“Temos trabalhado fortemente para fomentar práticas de manejo integrado e produção sustentável. O sucesso da safra 2024/2025 também se deve ao uso consciente de insumos, ao fortalecimento da assistência técnica e ao acesso a crédito rural facilitado”, ressaltou Glaucilene Carvalho.
Políticas públicas, pesquisa e inovação
O desempenho da safra atual também é reflexo de iniciativas estruturantes apoiadas pelo Governo de Goiás nos últimos anos. Programas como o FCO Rural, o fortalecimento da Emater e parcerias com instituições como a Embrapa, universidades estaduais e cooperativas de crédito têm proporcionado o ambiente necessário para a modernização do campo.
Destaque ainda para o avanço de tecnologias como agricultura de precisão, monitoramento remoto por satélite, uso de drones para aplicação de defensivos e análise de solo com inteligência artificial, que têm sido incorporadas por grandes e médios produtores.
Expectativas para o segundo semestre
Com o avanço da colheita e a consolidação dos números, a expectativa é que Goiás aumente sua participação no volume exportado pelo Arco Norte e pelos corredores logísticos do Centro-Oeste, o que pode gerar novos recordes de arrecadação e superávit comercial.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o setor agrícola representa cerca de 40% do PIB estadual, com impacto direto em empregos, renda, infraestrutura e desenvolvimento regional.
Fontes consultadas:
– Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 10º Levantamento de Safra 2024/2025
– Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa)
– Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg)
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