Goiás apresenta ambicioso projeto de modernização do Complexo Serra Dourada para transformá-lo em arena multiuso
Reforma assinada pela concessionária Construcap preserva traços do arquiteto original, mas amplia estrutura para shows, eventos e esportes, com grama rebaixada, camarotes e acessibilidade total.
O Governo de Goiás apresentou, nesta quarta-feira (10), o plano de modernização do Complexo Serra Dourada, responsável pela transformação do histórico estádio e áreas adjacentes numa arena multiuso — pensada para abrigar não apenas partidas de futebol, mas também shows, eventos culturais, feiras e convenções. A obra será conduzida pela concessionária Complexo Serra Dourada, com investimento da empresa Construcap.
O projeto busca aliar a preservação da identidade original — idealizada pelo arquiteto reconhecido nacionalmente Paulo Mendes da Rocha — à inserção de soluções contemporâneas, inspiradas nas cores e no espírito do cerrado goiano, segundo os idealizadores. O diretor comercial da Construcap, Samuel Lloyd, destacou que o desenho visual do novo estádio referencia a flor do pequi, símbolo regional, reforçando a conexão com o território.
Principais intervenções estruturais e inovações previstas
Dentre as transformações anunciadas, as mudanças mais expressivas são:
- Rebaixamento do gramado em 1,5 metro, o que viabiliza ampliação da capacidade e reorganização dos espaços internos;
- Demolição da antiga geral para permitir a implantação de arquibancadas modernas e confortáveis, seguindo padrões de grandes arenas internacionais;
- Criação de camarotes ao nível do gramado, uma novidade no Brasil, próxima aos espaços utilizados em estádios da NFL — aproximando torcedores e espectadores da cena do jogo ou show;
- Substituição das antigas cabines de rádio por camarotes intermediários, modernizando a infraestrutura de mídia e hospitalidade;
- Implementação de varanda perimetral acessível ao público geral, além de elevadores e infraestrutura completa de acessibilidade, suprindo uma lacuna histórica do Serra Dourada;
- Versatilidade de uso, com áreas pensadas para receber eventos diários, como feiras, convenções, espetáculos e atividades esportivas diversas.
Samuel Lloyd destacou que a combinação de rebaixamento do gramado e demolição da geral permitirá “aproximar o torcedor da cena, garantindo conforto e visibilidade”, e que a arena foi pensada para “todos os perfis de público”.
Visão do governo: esporte, cultura e retomada de protagonismo
Para o governador Ronaldo Caiado (UB), a modernização representa um “divisor de águas” na infraestrutura pública de Goiás. Ele ressaltou a importância de revitalizar um equipamento que, durante anos, foi gradualmente abandonado por clubes e produtores de eventos em razão de deficiências estruturais históricas — como gramado ruim, iluminação deficiente e banheiros inadequados.
“Esse projeto mostra a visão de modernidade que queremos para o Estado. Goiás está se preparando cada vez mais para ser referência em tudo”, afirmou. Ele destacou a relevância simbólica do estádio, construído em uma fase de afirmação estadual, e enfatizou que o novo Serra Dourada será “eficiente e compatível com a grandeza do esporte e da cultura goiana”.
Segundo o governo, o novo complexo deverá atrair grandes eventos nacionais e internacionais, consolidando Goiás como destino de turismo esportivo e cultural e gerando impacto positivo na economia local.
Cronograma, concessão e futuro da arena
Conforme anunciado, as obras estão previstas para começar em 2026, com conclusão estimada até final de 2028. A concessão do complexo à iniciativa privada — por meio da Construcap — foi formalizada anteriormente, com cláusulas que previam a obrigação de revitalização. O plano atual ultrapassa essas obrigações, com escopo mais amplo e intervenções mais profundas.
Além da estrutura do estádio, o projeto inclui melhorias no entorno, integração com espaços esportivos próximos — como a Goiânia Arena — e a criação de áreas de convivência para diferentes públicos. A concessão de longo prazo busca assegurar sustentabilidade técnica, administrativa e financeira ao complexo, abrindo caminho para que o Serra Dourada retorne à condição de equipamento público de excelência.
Desafios e expectativas
Apesar do otimismo, especialistas em urbanismo e gestão de arenas alertam para desafios clássicos: compatibilização de fluxo viário e transporte público, adaptação da vizinhança, manutenção ambiental e garantia de uso diversificado, sem depender exclusivamente de partidas de futebol. A capacidade de gestão e a transparência na execução serão determinantes para que o projeto se traduza em benefício real à população.
No entanto, se bem-sucedido, o novo Serra Dourada poderá se tornar um marco arquitetônico e cultural — um exemplo de como equipamentos históricos podem ser reinventados e reconectados às demandas contemporâneas da sociedade.
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