Goiás amplia ações de prevenção e diagnóstico no Dezembro Vermelho e reforça alerta para o HIV
Com dados atualizados, Estado intensifica mobilização contra o HIV e as ISTs, priorizando diagnóstico precoce, ampliação do acesso a testes rápidos, prevenção combinada e combate ao estigma.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) reforçou, neste 1º de dezembro — Dia Mundial de Luta contra a Aids —, o chamado para a ampliação do diagnóstico precoce do HIV, eixo central das metas internacionais formuladas pela Unaids e incorporadas às políticas públicas estaduais. A data, instituída pela Organização Mundial da Saúde em 1988, é o marco de abertura da campanha Dezembro Vermelho, dedicada à prevenção, testagem e tratamento do HIV e das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Em Goiás, as estratégias seguem orientadas pelo compromisso global conhecido como 95-95-95: identificar 95% das pessoas vivendo com HIV, garantir que 95% delas estejam em tratamento e alcançar 95% de carga viral indetectável entre as pessoas tratadas — condição que impede a transmissão sexual do vírus.
Dados do Painel de Indicadores de Saúde apontam que, entre janeiro de 2010 e novembro de 2025, o Estado registrou 21.249 diagnósticos de HIV, 10.540 casos de aids e 4.647 óbitos relacionados à síndrome. O coeficiente de mortalidade em 2024 foi de 4,3 por 100 mil habitantes, acima da taxa nacional de 2023, que somou 3,9 por 100 mil habitantes, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
Apesar da expansão do acesso ao tratamento antirretroviral e à testagem rápida em toda a rede pública, os números revelam a necessidade de intensificar ações de prevenção combinada — abordagem que reúne diferentes ferramentas de proteção individual e coletiva. Entre elas estão o uso regular de preservativos, a testagem periódica, a distribuição de insumos de prevenção e o acesso à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e à Profilaxia Pós-Exposição (PEP), ambas ofertadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A PrEP é indicada para pessoas com maior probabilidade de exposição ao vírus, enquanto a PEP deve ser iniciada em até 72 horas após uma situação de risco.
A coordenadora de Agravos Transmissíveis e IST/Spais, Ana Paula Vieira de Deus, destaca que o diagnóstico precoce é determinante para interromper a cadeia de transmissão e garantir melhor qualidade de vida às pessoas vivendo com HIV. Segundo ela, a combinação entre acesso universal, acolhimento e informação segue sendo o caminho mais eficaz para reduzir mortes e novas infecções.
“O conhecimento do estado sorológico é a porta de entrada para o cuidado. Testar, tratar e prevenir é simples, sigiloso e gratuito. Nosso compromisso é ampliar o acesso, promover atendimento sem julgamentos e combater o estigma, que ainda é uma das maiores barreiras para o enfrentamento ao HIV”, afirma.
Como parte da programação do Dezembro Vermelho, a SES organizou ações em Goiânia e na Região Metropolitana, incluindo atendimentos abertos ao público, oferta de testes rápidos, rodas de conversa e atividades educativas voltadas tanto para profissionais da saúde quanto para a população em geral. Os testes rápidos disponibilizados pela rede pública dispensam jejum, são confiáveis e apresentam resultado em poucos minutos.
A campanha segue ao longo de todo o mês com iniciativas voltadas à conscientização, prevenção e fortalecimento das políticas de cuidado contínuo às pessoas vivendo com HIV e outras ISTs.
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