Goiás alcança 99% de vacinação contra raiva em herbívoros e anuncia novas estratégias para 2025
Agrodefesa comemora alta adesão na imunização de bovinos e bubalinos e implementa mudanças no controle da doença a partir de julho

A segunda etapa da campanha de vacinação obrigatória contra a raiva em Goiás registrou uma adesão expressiva dos pecuaristas, atingindo 99,15% do total de bovinos e bubalinos declarados nos 119 municípios considerados de alto risco para a doença. Ao todo, foram imunizados 2.564.196 animais entre 1º de novembro e 15 de dezembro de 2024.
O balanço foi divulgado pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), que destacou a importância da vacinação na prevenção da zoonose, que pode afetar tanto os animais quanto os seres humanos. “Esse resultado mostra o compromisso dos produtores com a sanidade do rebanho e com a manutenção de um ambiente seguro para a produção agropecuária no estado”, enfatizou José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa.
Municípios com adesão total
Entre os 119 municípios obrigados a vacinar o rebanho, 12 alcançaram 100% de cobertura vacinal: Água Fria de Goiás, Araçu, Campinorte, Chapadão do Céu, Joviânia, Mambaí, Paranaiguara, Pilar de Goiás, Rialma, São Simão, Teresina de Goiás e Vianópolis.
Mesmo com a alta taxa de adesão, algumas propriedades não seguiram a determinação. Segundo a Agrodefesa, 4.814 fazendas (6,5% do total) deixaram de vacinar seus animais e agora estão sujeitas a penalidades, incluindo multas e restrições na emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA), essencial para a movimentação do rebanho.
“A não vacinação compromete a sanidade do rebanho e aumenta os riscos de transmissão da raiva por morcegos hematófagos. Os produtores que ainda não regularizaram sua situação devem procurar uma Unidade Operacional Local da Agrodefesa o quanto antes”, alertou Rafael Vieira, diretor de Defesa Agropecuária.
Novas regras para a vacinação contra raiva a partir de julho
A partir de 1º de julho de 2025, a vacinação obrigatória será modificada para focar diretamente nos locais onde houver registros da doença. De acordo com a Instrução Normativa nº 01/2025, a imunização passará a ser exigida apenas em propriedades com casos confirmados de raiva e recomendada para fazendas situadas num raio de 12 quilômetros a partir desses focos.
Denise Toledo, gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, esclareceu que essa nova estratégia não substitui a vacinação programada para maio de 2025 nos 119 municípios de risco, que continua obrigatória. “Os pecuaristas devem manter a vacinação preventiva até que as novas diretrizes entrem em vigor. Depois de julho, a abordagem será mais direcionada para garantir respostas mais ágeis ao surgimento de novos casos”, explicou.
Apesar da mudança, a vacinação continuará disponível em todo o estado, e a raiva permanecerá como doença de notificação obrigatória. “A colaboração dos produtores é fundamental para mantermos esse controle eficaz. A raiva impacta não só economicamente, mas também a saúde pública, por ser uma zoonose. A detecção rápida e a imunização são essenciais para evitar surtos”, reforçou Denise.
Com esse avanço, Goiás reafirma seu compromisso com a sanidade agropecuária, protegendo tanto os produtores quanto a população geral de possíveis surtos da doença.
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