Goiás alcança 98,2% de abastecimento urbano de água, reduz perdas e amplia tratamento de esgoto, aponta relatório da Fieg
Estudo do Conselho Temático de Infraestrutura da Fieg revela avanços sólidos no saneamento básico, mas destaca desafios para que o estado cumpra as metas de universalização do Marco Legal até 2033.

Goiás consolidou, em 2025, um dos melhores panoramas de saneamento básico do Centro-Oeste. O Relatório de Infraestrutura – Saneamento 2025, elaborado pelo Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), mostra que 98,2% da população urbana já vive em áreas com abastecimento regular de água, enquanto 89,3% dos habitantes do estado contam com acesso à água tratada.
Os dados, provenientes do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), revelam que o estado sustenta uma trajetória consistente de expansão nos últimos anos. Um dos principais indicadores de eficiência — o Índice de Perdas na Distribuição — caiu de 32,2% para 23,5% em 14 anos, resultado superior à média nacional, que permanece em 39,9%. A redução representa maior segurança hídrica, melhoria na gestão operacional e economia direta no sistema de distribuição.
Coleta e tratamento de esgoto avançam, mas universalização ainda exige forte expansão
A cobertura de esgoto também demonstrou evolução robusta. Segundo o relatório, o percentual de habitantes atendidos pela rede de coleta subiu de 37,6% para 67,3% na última década. Entre os municípios que coletam esgoto, o tratamento alcança 94,7%, índice considerado entre os mais elevados do país.
Ainda assim, quando comparado à totalidade do esgoto gerado, o estado trata 60%, o que indica a necessidade de ampliar a rede de coleta para que o volume tratado passe a acompanhar o crescimento demográfico.
Essa disparidade é apontada como o principal desafio para que Goiás cumpra as metas do Marco Legal do Saneamento, que estabelece universalização até 2033, com possibilidade de prorrogação para até 2040 mediante justificativas técnicas.
Marco Legal impõe metas ambiciosas e exige aceleração de investimentos
O estudo reforça que Goiás está à frente da média nacional em praticamente todos os indicadores, mas ainda precisa expandir infraestrutura em regiões de menor densidade populacional, onde a cobertura é historicamente mais baixa e o custo unitário de implantação é maior.
Para o presidente do Coinfra, Célio Eustáquio de Moura, a velocidade dos avanços precisa aumentar para atender às exigências legais e garantir desenvolvimento sustentável:
“Os dados mostram que Goiás está avançando, mas precisamos acelerar. A ampliação do saneamento não é apenas uma obrigação legal. Ela impacta diretamente a saúde pública, a competitividade econômica e a capacidade das empresas de operar com segurança hídrica”, afirma.
Saneamento como pilar da competitividade industrial
O relatório produzido pela Fieg destaca que o saneamento básico se tornou um dos componentes estruturais mais relevantes para a indústria goiana. A oferta de água tratada — estável, contínua e de qualidade — influencia diretamente produtividade, custos operacionais e previsibilidade dos processos industriais.
Setores estratégicos do estado, como alimentos e bebidas, mineração, metalurgia, fármacos e diversas cadeias do agronegócio, dependem de abastecimento confiável para operar dentro de padrões sanitários e ambientais exigidos pelo mercado.
Cidades com infraestrutura consolidada também apresentam maior capacidade de atração de investimentos, reduzem riscos ambientais e ampliam a segurança jurídica para novos empreendimentos industriais.
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