Goiânia inaugura app “Mais Saúde” com IA para facilitar marcação de consultas na rede pública
Novo aplicativo da Prefeitura permite agendamento em mais de 100 unidades da atenção básica, utilizando geolocalização e inteligência artificial para priorizar consultas próximas ao usuário.

A Prefeitura de Goiânia lançou oficialmente nesta segunda-feira (24) o aplicativo Mais Saúde, uma plataforma digital que promete revolucionar o agendamento de consultas na atenção básica da rede pública. Disponível para Android e iOS, o app entrou em fase de testes na semana anterior e apresenta funcionalidades avançadas, como inteligência artificial (IA) e georreferenciamento, para facilitar o acesso da população a serviços de saúde.
Segundo a administração municipal, o sistema abrange mais de 100 unidades de saúde, permitindo que os usuários agendem consultas em especialidades como clínica geral, ginecologia/obstetrícia, pediatria, medicina da família e odontologia. A previsão inicial era de 28 mil atendimentos por mês, mas o prefeito Sandro Mabel (UB) afirmou que a meta deve atingir 30 mil consultas mensais, com possibilidade de expansão conforme a demanda.
Durante a coletiva de lançamento, Mabel reforçou que os canais tradicionais de agendamento — como o 0800 e o WhatsApp — continuarão operando durante a transição. No entanto, ele sinalizou que a longo prazo o app poderá assumir a maior parte das marcações: “a tendência é migrar tudo para o aplicativo”.
A plataforma “Mais Saúde” está integrada ao sistema mais amplo da gestão municipal, o Mais Goiânia, que reunirá progressivamente outros serviços públicos digitais, como pagamento de IPTU, educação e saneamento, oferecendo um hub unificado para os cidadãos.
Como funciona na prática
Para utilizar o app, o paciente deve se cadastrar com CPF, escolher sua região de residência e a especialidade médica desejada. A partir dessas informações, a IA analisa a proximidade de unidades de saúde — por geolocalização — e sugere opções com base na conveniência e disponibilidade de vagas. Também é possível escolher unidades próximas ao trabalho ou outros locais estratégicos.
Em caso de imprevistos, o aplicativo permite o cancelamento da consulta diretamente pelo celular. Mabel enfatizou que reduzir o absenteísmo é um dos objetivos centrais do projeto: “se você não pode ir, desmarque, pois estará liberando essa vaga para outra pessoa.” Ele alertou ainda para o impacto de faltas recorrentes, afirmando que pacientes que não comparecerem várias vezes podem receber notificações da gestão.
Investimento e infraestrutura
Para suportar a nova plataforma, a administração municipal reforçou a infraestrutura tecnológica da rede de saúde:

- Compra de 3.500 computadores, sendo 2.000 destinados à saúde
- Aquisição de 15.000 tablets para uso na rede pública
- Ampliação da rede de fibra óptica, com 800 km adicionais
- Cerca de R$ 200 milhões previstos para o plano de transformação digital da Prefeitura, com investimentos adicionais esperados para a saúde
O prefeito Sandro Mabel, afirmou que o aplicativo foi desenvolvido internamente, aproveitando a base da plataforma “Goiânia 24 Horas” sem gerar custos externos de licenciamento.
Perspectivas e desafios
A criação do Mais Saúde representa um passo significativo para modernizar a atenção primária na capital goiana e tenta responder a um problema persistente: segundo a Secretaria Municipal de Saúde, cerca de 41% das consultas ambulatoriais ofertadas permanecem sem serem realizadas, resultado de faltas e baixa procura.
Além da digitalização, a prefeitura planeja melhorias físicas na rede: estão previstas reformas em unidades básicas, construção de novas UBS e policlínicas, e conclusão de obras paradas, como a UPA do Jardim Guanabara. A expectativa é que o novo app ajude a desafogar a demanda, reduzindo a pressão sobre UPAs e hospitais de referência.
Com o Mais Saúde ativo, Goiânia aposta na tecnologia para tornar o SUS mais acessível, transparente e eficiente. A ferramenta deve servir como uma porta de entrada moderna para a atenção básica e, ao mesmo tempo, facilitar o planejamento das equipes de saúde. O sucesso dependerá, no entanto, da adoção pela população e da capacidade da rede de acompanhar o crescimento da demanda.
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