18 de outubro de 2024
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Funcionário da Saneago é Preso por Inserção de Dados Falsos e Estelionato em Acreúna

Suspeito teria desviado pagamentos de clientes usando chave PIX pessoal; caso foi denunciado por uma das vítimas e está sendo investigado pela Polícia Civil.
Fachada da Saneago em, Acreúna, no sudoeste de Goiás. (Reprodução/Saneago)

Acreúna, no sudoeste de Goiás, foi cenário de um esquema de fraude envolvendo um funcionário da Saneago (Companhia de Saneamento de Goiás). Um homem de 41 anos, empregado da empresa, foi preso suspeito de inserir dados falsos no sistema de informações da companhia, desviando valores de clientes. O caso veio à tona após uma denúncia de um consumidor, que identificou irregularidades ao tentar quitar um débito de consumo de água.

O Esquema de Fraude

De acordo com a Polícia Civil, a vítima procurou o funcionário da Saneago para regularizar um débito e recebeu, como forma de pagamento, uma chave PIX pertencente ao próprio suspeito, em vez de um meio oficial da empresa. Após realizar a transferência do valor, o cliente notou que a dívida permanecia ativa no sistema, o que levou à descoberta do golpe. A Polícia Civil foi imediatamente acionada e iniciou as investigações que culminaram na prisão do suspeito.

“O funcionário usava sua posição dentro da empresa para enganar os consumidores, solicitando que o pagamento fosse feito diretamente em sua conta pessoal, o que configura tanto o crime de estelionato quanto a inserção de dados falsos no sistema de informações”, explicou o delegado responsável pelo caso, Vinícius Rocha.

A Prisão

O funcionário, que não teve o nome divulgado, foi detido em flagrante enquanto ainda estava no exercício de suas funções. As autoridades acreditam que outros clientes possam ter sido vítimas do golpe, mas ainda não há confirmação sobre quantas pessoas foram prejudicadas ou o valor total desviado.

No momento da prisão, a polícia também apreendeu documentos e dispositivos eletrônicos que serão periciados para verificar se houve outras transações fraudulentas. Segundo o delegado, a chave PIX em nome do funcionário foi utilizada diversas vezes, levantando suspeitas de que o esquema poderia estar em operação há algum tempo.

Investigação em Andamento

As investigações apontam que o suspeito agia com discrição e escolhia clientes que buscavam renegociar débitos ou fazer pagamentos diretamente em seu ponto de atendimento, aproveitando a confiança depositada na figura de um funcionário público. “Ele inseria dados falsos no sistema da empresa para que o débito não fosse registrado como quitado e, assim, mantinha o golpe ativo por mais tempo”, detalhou o delegado Vinícius Rocha.

A Saneago informou, por meio de nota oficial, que está colaborando com as investigações e que o funcionário já foi afastado de suas funções. A empresa reforçou que todos os pagamentos devidos devem ser realizados por meio das plataformas oficiais, como agências bancárias e canais digitais, e que não há autorização para qualquer funcionário receber diretamente valores dos clientes.

Depoimento da Vítima

A vítima, cujo nome também foi preservado, relatou que, ao perceber a fraude, tentou contato com o funcionário, mas este começou a evitar suas ligações. “Achei estranho que o débito ainda aparecia no sistema, mesmo após o pagamento. Quando percebi o que havia acontecido, já estava sem conseguir falar com ele”, disse a vítima em depoimento.

Ao procurar a polícia, o consumidor apresentou as evidências da transação via PIX, o que ajudou a equipe de investigação a agir rapidamente para deter o suspeito. A polícia também investiga se há outros cúmplices dentro ou fora da empresa.

Consequências e Punições

O funcionário preso será indiciado por estelionato e inserção de dados falsos no sistema de informações, crimes previstos no Código Penal Brasileiro, que podem resultar em penas de até 12 anos de prisão, somadas às multas cabíveis. Caso se confirme que o suspeito tenha desviado outras quantias, o processo pode se desdobrar em novos crimes, agravando sua situação.

O delegado Vinícius Rocha alertou que outras vítimas devem se apresentar à polícia para registrar denúncias. “É fundamental que qualquer pessoa que tenha passado por uma situação similar entre em contato com a delegacia, para que possamos investigar o caso com mais amplitude e garantir que todos os prejudicados sejam ressarcidos”, disse.

Prevenção de Fraudes

A Saneago reafirmou seu compromisso com a transparência e a segurança de seus processos, recomendando que os consumidores fiquem atentos aos canais oficiais de pagamento. “Todas as nossas transações são realizadas de maneira segura, e qualquer dúvida pode ser esclarecida pelos nossos atendentes. Reforçamos que não existe a possibilidade de pagamento direto a qualquer colaborador”, afirmou a empresa.

O caso chocou a comunidade de Acreúna, uma cidade tranquila de aproximadamente 25 mil habitantes, onde fraudes desse tipo são raras. “Nunca pensei que isso poderia acontecer aqui, ainda mais envolvendo uma pessoa que trabalha para uma companhia pública. Fica o alerta para todos nós”, comentou um morador local.

Agora, a expectativa é que as investigações avancem para identificar a real extensão do golpe e, sobretudo, garantir que os responsáveis sejam punidos dentro dos rigores da lei.

Tags: fraude, estelionato, Saneago, inserção de dados falsos, Acreúna, chave PIX, investigação, Polícia Civil, desvio de dinheiro.