Flamengo supera o Palmeiras em Lima e conquista o tetracampeonato da Libertadores
Vitória por 1 a 0 consolida hegemonia rubro-negra no continente e marca primeiro título internacional de Filipe Luís como treinador
O Flamengo reafirmou sua posição de potência continental ao derrotar o Palmeiras por 1 a 0, no Estádio Monumental “U”, em Lima, e conquistar o quarto título da Copa Libertadores. A vitória, construída em um duelo intenso e marcado pelo equilíbrio tático, colocou o clube carioca isoladamente como o brasileiro com mais conquistas na competição. O resultado também consagrou o técnico Filipe Luís, que ergueu sua primeira taça internacional à frente da equipe.
Um jogo travado em detalhes e decidido por um protagonista inesperado
A partida apresentou poucos espaços e exigiu leitura fina dos dois treinadores. O primeiro tempo, amarrado e dominado por disputas físicas, expôs erros de execução em ambos os lados e rendeu sete cartões, reflexo da tensão típica de uma final continental. O Flamengo, porém, sustentou maior controle territorial e circulação de bola, enquanto o Palmeiras buscou transições rápidas e tentou explorar brechas pelos flancos.
O lance decisivo surgiu aos 21 minutos da etapa final, em uma jogada trabalhada no setor mais criativo do Flamengo. Arrascaeta recebeu aberto pela esquerda, conduziu com liberdade e colocou a bola na área com a precisão habitual. Danilo, camisa 13, subiu entre os zagueiros palmeirenses e cabeceou com força. A bola tocou na trave antes de morrer no canto, num gesto técnico impecável que capitulou a defesa adversária.
O meio-campista, que havia disputado sua primeira final de Libertadores ainda pelo Santos, em 2011, escreveu um capítulo improvável na história rubro-negra. Com o gol, junta-se a um grupo raríssimo de atletas que exibem no currículo conquistas simultâneas da Libertadores e da Liga dos Campeões — feito que o coloca em uma vitrine privilegiada no cenário mundial.
As trajetórias contrastantes até a decisão
O confronto entre Flamengo e Palmeiras carregava peso histórico: quem vencesse se isolaria como o maior campeão brasileiro da Libertadores. O time paulista, de Abel Ferreira, chegou à final respaldado por uma campanha sólida, com classificação tranquila na fase de grupos e atuações de autoridade em mata-matas contra Universitario, River Plate e LDU.
O Flamengo viveu percurso mais irregular no início da competição, mas encontrou estabilidade no momento decisivo. Classificou-se em segundo na fase de grupos, elevou rendimento no mata-mata e eliminou Internacional, Estudiantes e Racing com atuações progressivamente mais consistentes. Filipe Luís, em sua primeira temporada completa como treinador principal, consolidou uma equipe com forte senso coletivo, saída de bola refinada e protagonismo técnico de seus articuladores.
Uma conquista que reafirma protagonismo continental
A vitória em Lima representa mais que um título: confirma o Flamengo como protagonista absoluto do futebol sul-americano no século XXI. O tetracampeonato distancia o clube de seus rivais nacionais e reafirma um projeto esportivo sustentado por elenco qualificado, investimento contínuo e capacidade de competir em alto nível nas grandes decisões.
Para Filipe Luís, a taça simboliza a transição bem-sucedida de ex-jogador europeu para técnico vencedor. Para o elenco, reforça a capacidade de decidir grandes jogos mesmo quando o desempenho exige resiliência. Para a torcida, consolida mais um capítulo em uma trajetória marcada por noites épicas no continente.
O Monumental “U” testemunhou uma final marcada pela disputa, pela estratégia e pela precisão de um único lance — suficiente para escrever mais uma página de ouro na história rubro-negra.
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