Febre das “Bets”: Brasil Vê Explosão de Empresas de Apostas Online e Capital Bilionário, Revela Estudo

Estudo da BigDataCorp revela expansão acelerada das “bets” no Brasil, com destaque para regiões Norte e Nordeste; apenas 3,5% das empresas possuem autorização oficial para operar.

O Brasil está imerso em uma verdadeira corrida do ouro digital, protagonizada pelo setor de apostas online, popularmente conhecido como “bets”. Um estudo aprofundado divulgado em maio de 2025 pela BigDataCorp, a maior datatech da América Latina, descortina um crescimento vertiginoso: o número de empresas com Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) que permite a exploração de jogos de azar pela internet saltou 153% entre o final de 2022 e o final de 2024. Este ecossistema em franca expansão já movimenta um capital social declarado que ultrapassa a impressionante marca de R$ 12 bilhões.

A nova edição do estudo “CNPJs do Brasil” revela que o contingente de empresas formalizadas para atuar no segmento passou de aproximadamente 840 para mais de 2.100 no período. E a tendência de alta persiste: projeções para 2025 indicam a possível abertura de mais de 1.200 novas empresas, o que, se concretizado, representaria um avanço de 61,52% sobre o ano anterior. O levantamento ressalta que, embora todas as empresas analisadas possuam o CNAE necessário para a atividade, nem todas já obtiveram a licença formal de operação – um reflexo da dinâmica de um mercado em processo de maturação e regulamentação.

Norte e Nordeste Emergem como Polos Inesperados

Um dos achados mais intrigantes do estudo é a distribuição geográfica dessas novas empresas. As regiões Norte e Nordeste, que tradicionalmente possuem menor participação no cômputo geral de CNPJs no Brasil (19,47%), surpreendentemente concentram 37,34% das empresas de apostas online. Estados como o Amazonas, por exemplo, que abriga 0,95% de todas as empresas do país, é sede de 3,49% das firmas do setor de apostas. O Ceará segue padrão semelhante (2,66% do geral vs. 5,5% do setor), assim como o Maranhão (1,29% vs. 3,36%) e o Rio Grande do Norte (1,1% vs. 3,23%).

Outro ponto de destaque é a presença de capital estrangeiro: apenas 0,34% do total de CNPJs brasileiros são de empresas sediadas no exterior, mas no universo das “bets”, esse percentual sobe para 0,87% – uma proporção 2,6 vezes maior do que o esperado.

Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp, analisa essa concentração atípica: “O mercado de apostas online começou no exterior, então não é tão surpreendente que tenhamos uma grande proporção de empresas de fora atuando no setor.” Sobre a proeminência do Norte e Nordeste, Rodrigues aponta uma “combinação de mercado e oportunidade. De um lado, pessoas de renda mais baixa são, mesmo que indiretamente, o público-alvo dessas empresas, e esses estados concentram essaulação. Do outro lado, a oportunidade de entrar em um mercado em crescimento e inexplorado era praticamente irresistível.”

Capital Bilionário: São Paulo Lidera, DF Surpreende na Média

Apesar da pulverização geográfica na abertura de novas empresas, o volume de capital social investido ainda se concentra fortemente em São Paulo. O estado responde por 64,22% de todo o capital declarado pelas empresas do setor, ostentando uma média de R$ 16,1 milhões por empresa. No entanto, é o Distrito Federal que registra a maior média de capital por CNPJ no país, com expressivos R$ 19,1 milhões, mesmo representando apenas 1,75% do total de empresas de apostas.

Outros estados também demonstram a atratividade do mercado para aportes robustos: a Paraíba apresenta uma média superior a R$ 6,3 milhões por CNPJ, Pernambuco ultrapassa R$ 4,8 milhões, o Piauí chega a R$ 4,4 milhões e o Pará supera R$ 3 milhões por empresa.

Para Thoran Rodrigues, a ascensão meteórica do setor de apostas online é um reflexo de uma transformação mais ampla. “A economia digital brasileira está passando por uma transformação, e o setor de apostas online é um dos protagonistas neste novo ciclo”, finaliza o executivo, atribuindo o fenômeno a uma combinação de fatores regulatórios, mudanças no comportamento do consumidor e a digitalização acelerada da sociedade. O estudo da BigDataCorp, portanto, não apenas quantifica um crescimento expressivo, mas também sinaliza profundas alterações na paisagem econômica e social do Brasil.

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