falso médico é preso em Goiânia por aplicar estelionato com “remédio milagroso” para emagrecimento
Matheus Moura dos Santos, de 29 anos, usava identidade de pessoa falecida e diploma falso do Paraguai para se apresentar como médico em redes sociais. Ele enganava vítimas com promessas de emagrecimento rápido usando substância proibida pela Anvisa.

Um esquema sofisticado de estelionato envolvendo saúde, identidade falsa e promessas perigosas de emagrecimento foi desmantelado nesta terça-feira (22), em Goiânia. A Polícia Militar prendeu em flagrante Matheus Moura dos Santos, de 29 anos, que se apresentava como médico nas redes sociais, apesar de não possuir qualquer autorização legal para exercer a profissão.
De acordo com a investigação, Matheus se passava por “Dr. Thiago Antônio” e oferecia canetas injetáveis com uma substância fabricada no Reino Unido — não aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercialização no Brasil. O produto era anunciado como uma “solução rápida” para perda de peso, mas, segundo denúncias, os clientes sequer recebiam o material após o pagamento. Em um dos casos investigados, uma vítima teria transferido R$ 22 mil para o suposto médico.
Identidade de falecido e diploma paraguaio
O caso ganhou contornos ainda mais graves após a abordagem no hotel onde Matheus estava hospedado, no Setor Pedro Ludovico. Com ele, os policiais encontraram uma identidade falsa em nome de um homem falecido, além de um diploma de medicina expedido no Paraguai — também falso. A ação ocorreu após denúncias de vítimas frustradas que, além do prejuízo financeiro, se expuseram a potenciais riscos à saúde.
“Ele fazia atendimentos remotos, usava jaleco, criava postagens com linguagem técnica para parecer legítimo. As redes sociais eram seu consultório de fachada”, informou um dos investigadores do caso.
Além da identidade falsificada, foi apreendida uma máquina de cartão em nome da esposa do suspeito, e extratos bancários compatíveis com os pagamentos feitos pelas vítimas.
Defesa e investigação
A defesa de Matheus alegou, em nota preliminar, que a entrada da polícia em sua residência foi feita sem mandado judicial, e que não foram localizados medicamentos proibidos no local. Ainda assim, a Polícia Civil confirmou que ele responderá pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, exercício ilegal da medicina e estelionato.
O Cremego (Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás) confirmou que Matheus não possui registro no conselho, e classificou o caso como “gravíssimo”. A entidade alertou que os cidadãos devem sempre consultar o número do CRM antes de confiar em diagnósticos, prescrições ou procedimentos médicos.
Riscos à saúde
Especialistas alertam que medicamentos não aprovados pela Anvisa podem causar efeitos colaterais severos, e o uso sem acompanhamento médico é perigoso e, muitas vezes, irreversível. Além disso, o uso indevido de injeções hormonais ou compostos sintéticos pode provocar complicações como hipertensão, distúrbios metabólicos, danos ao fígado e ao sistema cardiovascular.
Caminhos da investigação
A Polícia Civil agora investiga se outras pessoas estão envolvidas no esquema e se há vítimas em outros estados. As redes sociais de Matheus foram colocadas sob análise, e há indícios de que ele mantinha perfis falsos com seguidores comprados para simular credibilidade.
A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos também foi acionada para colaborar com a perícia digital.
Denúncias podem ser feitas anonimamente pelo telefone 197 (Polícia Civil) ou pelo canal digital da Delegacia Virtual de Goiás.
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