Falhas na documentação: Relatório da UFG aponta dificuldades na análise do endividamento do Imas
Auditoria revela falta de comprovantes fidedignos e fragilidades na gestão financeira da autarquia de saúde de Goiânia.

Um relatório analítico elaborado por técnicos da Universidade Federal de Goiás (UFG) revelou dificuldades na análise do endividamento do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas). Entre as falhas apontadas, destaca-se a impossibilidade de confirmar o valor que a autarquia tem a receber da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), devido à falta de comprovantes fidedignos do montante.
Desafios na Confirmação da Dívida: Os técnicos da UFG encontraram dificuldades em confirmar o valor que o Imas tem a receber da Comurg, pois não foram apresentados comprovantes fidedignos do montante. O presidente do Imas, Marcelo Marques Teixeira, confirmou a existência da dívida, porém, destacou que o documento com os números ainda não foi finalizado.
Dívida Existente: Em março de 2023, durante uma oitiva da Comissão Especial de Inquérito da Câmara de Goiânia, o então diretor de Administração e Finanças do Imas, Ricardo Pinheiro Dourado, informou que a dívida da Comurg com o instituto era de R$ 8,8 milhões, referente aos meses de janeiro a agosto de 2022. Além disso, Dourado mencionou um repasse atrasado referente a fevereiro de 2023, no valor de R$ 1,3 milhão.
Outras Fragilidades Apontadas: Além das dificuldades na confirmação da dívida, o relatório da UFG também apontou outras fragilidades na documentação apresentada pelo Imas. Entre elas, destacam-se a falta de relatórios que mostrem o valor da receita do Imas por contribuinte e por unidade da Prefeitura, a inexistência de área de controladoria no instituto, a falta de documentos da presidência que autorizaram as tabelas de procedimentos e preços vigentes, além do número insuficiente de servidores atuando na área financeira e contábil.
Necessidade de Modernização: Diante dos problemas identificados, Marcelo Marques Teixeira apontou a necessidade de modernização do Imas na área de documentação. Quanto ao número insuficiente de servidores, o presidente explicou que o instituto conta com cerca de 100 funcionários, todos cedidos de outras pastas da Prefeitura.
Acompanhamento e Próximos Passos: A auditoria realizada pela UFG está sendo acompanhada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), porém, até o momento, a promotora responsável não concedeu entrevistas sobre o assunto. A universidade informou que tem convênio de prestação de consultoria e auditoria com o Imas e as entregas dos documentos têm sido feitas de acordo com o proposto.

Essa matéria oferece uma visão abrangente das questões enfrentadas pelo Imas em relação ao seu endividamento e às fragilidades na gestão financeira, destacando a importância da transparência e da eficiência na administração de recursos públicos.