“Execuções brutais em Goiânia: presos suspeitos de decapitar jovem e incendiar corpo a mando de facção”
Operação da Polícia Civil cumpre 22 mandados contra grupo investigado por dois homicídios com requintes de crueldade; crimes teriam sido ordenados para consolidar domínio de facção em bairros da capital.
A manhã desta quarta-feira (28) foi marcada por uma operação de impacto da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) contra um grupo ligado a crimes de extrema violência, supostamente praticados para demonstrar o poder de uma facção criminosa em Goiânia. A ofensiva, conduzida pela Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), cumpriu 22 mandados judiciais — sendo oito de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão.
O alvo da investigação são os autores de dois homicídios ocorridos em fevereiro e março de 2025, ambos com requintes de crueldade e possível motivação ligada ao fortalecimento territorial de facções. As vítimas foram dois jovens: uma mulher de 22 anos, decapitada e queimada no setor Real Conquista, e um homem de 27 anos, espancado em duas ocasiões antes de ser executado — sob ordens, segundo a polícia, da liderança da organização criminosa.
“A execução da jovem foi usada como símbolo de poder para intimidar rivais e moradores da região. Foi um homicídio com fortes características de tribunal do crime”, afirmou em entrevista o delegado Carlos Alfama, responsável pelo caso.
Requintes de crueldade e provas audiovisuais
A decapitação da jovem e a incineração do corpo revelam a violência extrema imposta pelos criminosos. Imagens de câmeras de segurança obtidas pela investigação mostram momentos antes e depois da ação criminosa, reforçando o vínculo dos suspeitos com o homicídio.
Os investigadores conseguiram reunir provas técnicas e testemunhais que confirmam o envolvimento direto dos alvos com os dois assassinatos. As ordens, conforme a polícia, partiram de lideranças intermediárias de facção, com o objetivo de marcar território e retaliar supostos delatores ou membros dissidentes.
“Eles não agiram por impulso. Houve planejamento, execução em grupo e posterior divulgação das imagens internamente na facção, como forma de propaganda da violência”, destacou Alfama.
Articulação criminosa e organização
Além dos homicídios, os investigados devem responder também pelo crime de organização criminosa, conforme previsto na Lei nº 12.850/2013. As apurações revelam que os crimes não foram isolados, mas parte de um padrão de ação coordenado, com uso de redes sociais e aplicativos de mensagem criptografada para comunicação entre os envolvidos.
A facção atua em regiões periféricas de Goiânia, como os setores Real Conquista, Jardim das Oliveiras e Parque Atheneu, onde mantém células armadas responsáveis por execuções, tráfico e extorsão.
Justiça autorizou ação após dois meses de apuração
Com base em dois meses de investigação, a equipe da DIH apresentou ao Judiciário um dossiê detalhado sobre a atuação do grupo. A Justiça Estadual autorizou as prisões preventivas e os mandados de busca, cumpridos com apoio de diversas delegacias especializadas e da inteligência da PC-GO.
Todos os presos permanecem à disposição da DIH, onde devem ser interrogados nos próximos dias. A polícia trabalha agora para identificar a cadeia de comando dos crimes e eventuais cúmplices ainda em liberdade.
Reação das autoridades
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás reiterou o compromisso com o combate ao crime organizado e ressaltou que a operação representa “um duro golpe contra a violência de facções que desafiam o Estado”.
“Esses crimes foram planejados para aterrorizar. A resposta do Estado é clara: não há espaço para o terror imposto por facções em Goiás”, afirmou o secretário de Segurança Pública, Renato Brum.
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