Ex-prefeito de Cidade Ocidental é investigado por fraude em contratos que somam R$ 59 milhões
Polícia Civil aponta irregularidades em mais de 60 contratos e suspeita de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro
O ex-prefeito de Cidade Ocidental, Fábio Corrêa (PP), está no centro de uma investigação da Polícia Civil de Goiás (PCGO), que apura um suposto esquema de corrupção envolvendo mais de 60 contratos firmados entre 2017 e 2024. De acordo com as autoridades, as contratações e aditivos irregulares teriam causado um prejuízo de R$ 59,1 milhões aos cofres municipais.
Esquema de fraudes e prejuízo milionário
As investigações conduzidas pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) apontam que os contratos suspeitos incluem serviços diversos, como manutenção, locação de veículos e obras públicas. Segundo o delegado Danilo Victor Nunes, as irregularidades envolvem fraudes em licitações, direcionamento de contratos para empresas ligadas a aliados políticos e superfaturamento.
“A prefeitura firmava contratos milionários e, por meio de aditivos constantes, mantinha a prestação dos serviços sem concorrência real, configurando um sistema de favorecimento ilícito e desvio de recursos públicos”, afirmou o delegado.
Do valor total investigado, R$ 49 milhões já teriam sido pagos às empresas contratadas, enquanto R$ 10 milhões referem-se a contratos ainda em andamento. Diante das evidências, o Tribunal de Justiça de Goiás determinou a interrupção imediata dos contratos ativos.
Mandados de busca e nova fase da operação
Nesta terça-feira (18), a Polícia Civil deflagrou uma nova fase da operação, cumprindo 32 mandados de busca e apreensão em Cidade Ocidental, Valparaíso, Novo Gama, Luziânia e no Distrito Federal. A ação contou com o apoio da Polícia Civil do Distrito Federal.
A prefeitura do município afirmou, em nota, que a atual gestão não tem ligação com os contratos sob investigação e está colaborando com as autoridades para esclarecer os fatos.
Defesa do ex-prefeito e desdobramentos da investigação
O advogado Pedro Paulo de Medeiros, que representa Fábio Corrêa, declarou que seu cliente “jamais compactuou com qualquer irregularidade ou desvio de conduta”. Até o momento, nenhum outro investigado se manifestou publicamente.
Além da operação da Polícia Civil, Fábio Corrêa já havia sido alvo, em 2024, da “Operação Ypervoli”, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Essa investigação apurava irregularidades no uso de recursos federais, incluindo suspeitas de propina e superfaturamento em contratos de transporte escolar e saúde.
Agora, a Polícia Civil concentra esforços em rastrear o destino dos valores desviados e identificar todos os envolvidos no esquema, que pode resultar em acusações formais por corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
