12 de novembro de 2024
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Empresário Jurado de Morte pelo PCC é Executado em Aeroporto de Guarulhos em Ato Brutal

Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto a tiros após delatar esquema criminoso; atentado deixa outras três pessoas feridas e expõe atuação do PCC

São Paulo, SP — Em um episódio alarmante que revelou a audácia e a periculosidade do crime organizado, o empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi executado a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, na manhã desta sexta-feira (8/11). Jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), Gritzbach era um delator que colaborava com o Ministério Público de São Paulo, onde havia revelado esquemas internos da organização criminosa, incluindo um suposto envolvimento de policiais civis em planos de extorsão.

Atentado e fuga planejada

O atentado, que também deixou outras três pessoas feridas, aconteceu em uma das áreas mais movimentadas do aeroporto, gerando pânico entre os passageiros e testemunhas. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram rapidamente acionados, mas Gritzbach não resistiu aos ferimentos. Imagens de câmeras de segurança e registros feitos por testemunhas mostram o momento em que os atiradores fugiram em um Gol preto, que foi abandonado pouco tempo depois na Avenida Otávio Braga de Mesquita, ainda em Guarulhos. Equipes do 3º Batalhão de Polícia de Choque encontraram o veículo, mas até o momento nenhuma prisão foi efetuada.

Empresário era alvo do PCC após delação premiada

Antonio Gritzbach havia firmado um acordo de delação premiada em março deste ano, colaborando com investigações do Ministério Público para desarticular operações do PCC. Ele revelou detalhes sobre esquemas de lavagem de dinheiro e extorsão envolvendo tanto a facção criminosa quanto alguns policiais civis de São Paulo, e estava ciente de que sua vida corria risco.

A diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Ivalda Aleixo, declarou que Gritzbach sabia “demais sobre o PCC”, incluindo informações sobre operações financeiras e onde o dinheiro ilícito da organização era alocado. “Ele estava exposto e vinha sendo ameaçado. Sabia que era alvo do crime organizado, pois tinha atuado na lavagem de dinheiro para o PCC e já respondia a processos junto ao Deic”, disse Aleixo em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.

Impacto e reação pública

O caso tem repercutido amplamente e levantado questionamentos sobre a eficácia da proteção a delatores em processos contra organizações criminosas. Embora Gritzbach já tivesse sido alvo de um atentado anterior, o ataque em um local de grande circulação como o Aeroporto de Guarulhos revela um descuido na segurança do empresário e escancara a ousadia com que o PCC atua.

Nas redes sociais, vídeos mostram o caos que se instaurou após o atentado, com pessoas feridas no chão do saguão do aeroporto e nos acessos próximos. A insegurança gerada pelo ataque reacende debates sobre o poder de atuação do PCC e o grau de proteção conferido a delatores. Autoridades ainda investigam se o ataque foi planejado com a colaboração de informantes ou com conhecimento prévio da localização exata do empresário, uma vez que ele parecia ser monitorado.

Próximos passos das investigações

A polícia segue em busca dos responsáveis pela execução, analisando as imagens das câmeras de segurança para identificar os autores do crime e apurar possíveis rotas de fuga alternativas. Além disso, o DHPP e o Deic trabalham em conjunto para rastrear os mandantes e averiguar qualquer rede de apoio que possa ter contribuído para o ataque.

O atentado contra Gritzbach reforça a necessidade de políticas mais eficazes de proteção para testemunhas e delatores envolvidos em casos de organizações criminosas de grande porte. Segundo fontes próximas à investigação, medidas adicionais podem ser adotadas para aumentar a segurança de outros colaboradores que atuem em processos sensíveis relacionados ao PCC.

O brutal assassinato de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach em pleno aeroporto coloca em evidência a escalada de violência e o poder de retaliação das facções criminosas no Brasil. Este caso trágico serve como alerta sobre a importância de estruturas de segurança e proteção robustas para aqueles que se arriscam a colaborar com a justiça, e impõe um novo desafio para as autoridades na luta contra o crime organizado.

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