Empossada prefeita de Iporá realiza mudanças na composição de secretários e propõe uma ‘gestão compartilhada’.
A Câmara deu posse à vice-prefeita Maysa Cunha (PP), que revelou planos de reestruturação na alta administração e agendou uma reunião com os vereadores.

O presidente da Câmara Municipal de Iporá, Adriano Sena (MDB), cancelou a sessão pública originalmente programada para a noite desta segunda-feira (04) e adiantou a posse da vice-prefeita Maysa Cunha (PP). A cerimônia, mais discreta e sem alarme, aconteceu em uma sala do Legislativo, fora do plenário, com presença limitada e sem convites oficiais. Ao longo do dia, secretários municipais e advogados garantidos ao prefeito afastados, Naçoitan Leite (sem partido), pressionaram os vereadores para remarcar a posse para a próxima quinta-feira (07), sem sucesso. Maysa Cunha assume interinamente a prefeitura, enquanto Naçoitan permanece detido, enfrenta acusações do Ministério Público por tentativa de feminicídio contra a ex-esposa e homicídio contra o namorado dela, além de fraude processual e porte ilegal de arma de fogo. A solenidade discreta foi oficialmente justificada devido a supostos riscos à segurança em um evento de maior magnitude.
A nova prefeita antecipa que todas as cargas do primeiro escalonamento serão substituídas, exceto uma gestão compartilhada com os vereadores, inclusive aquelas da base do prefeito removida. Os aliados do país bloquearam o primeiro pedido de afastamento quando a Comissão Especial de Inquérito (CEI) de impeachment foi iniciada. Posteriormente, rejeitaram uma recomendação do Ministério Público, e Adriano Sena localizou que a posse da interina ocorreria ao final do prazo de 15 dias, conforme determinado pela Lei Orgânica do Município, que se encerrou nesta segunda-feira.
A prefeita, Maysa Cunha, destaca a importância de uma posse democrática e ressalta que a Câmara agiu dentro dos limites legais. Ela menciona que, apesar das circunstâncias, é preciso concentrar esforços no trabalho à frente.
O presidente da Câmara, Adriano Sena, e o líder da base nacional, Wênio Lima de Jesus, não responderam às tentativas de contato da reportagem até o fechamento desta edição. Maysa Cunha opta por não comentar as pressões dos aliados do prefeito afastados, focando em sua gestão e resolvendo as questões que afetam o município, como a falta de estrutura para exames de saúde e iniciativas para aumentar a empregabilidade.
Apesar de evitar conflitos diretos com o grupo de Naçoitan, a prefeita interna planeja envolver os vereadores na administração, abrindo espaço para seus limites. Ela destaca a necessidade de substituir todos os secretários do primeiro escalonamento para alinhar a gestão com a visão holística de desenvolvimento socioeconômico. Maysa Cunha promete uma abordagem não partidária, concentrando-se na missão do Legislativo e buscando uma parceria eficaz em uma gestão compartilhada e descentralizada.
A prefeita Maysa, planeja uma reunião com os vereadores para discutir essa visão de gestão pública, acreditando que eles se sentirão agregados e valorizados na nova administração. Maysa admite a possibilidade de distribuição de cargas aos parlamentares, enfatizando a necessidade de escolhas técnicas para garantir a produtividade na administração. Heb Keller Fernandes, presidente da CEI na Câmara, sugere que os resultados da nova gestão podem influenciar a decisão sobre um eventual impeachment contra o prefeito provisório nacional, considerando que ele mantém a maioria na Câmara. O prazo para a apresentação da defesa por escrito pelo prefeito afastado termina na quarta-feira (06).