21 de novembro de 2024
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Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: alerta para diagnóstico precoce e cuidados contínuos

DPOC é a terceira maior causa de morte no mundo e atinge milhões no Brasil; diagnóstico e tratamento ainda são desafios.
A pneumologista Fernanda Miranda explica que a DPOC é uma doença evitável e tratável que causa falta de ar, produção crônica de expectoração e tosse. Arquivo Pessoal

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), uma das condições respiratórias mais graves e negligenciadas, continua a crescer como um problema de saúde global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela foi responsável por 3,23 milhões de mortes em 2019, sendo a terceira principal causa de óbitos no mundo. No Brasil, cerca de 7 milhões de pessoas convivem com a doença, mas apenas 12% têm o diagnóstico correto, e menos de 20% recebem o tratamento adequado, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

No próximo dia 20 de novembro, o mundo celebra o Dia Mundial da DPOC, que neste ano adota o tema “Conheça a sua função pulmonar”. A data também marca o Dia Estadual da Pessoa com DPOC em Goiás, reforçando a importância do diagnóstico precoce e do tratamento contínuo.


O que é a DPOC e como identificá-la?

A DPOC é uma doença respiratória crônica que afeta principalmente fumantes ou pessoas expostas a poluentes por longos períodos. Caracteriza-se por:

  • Falta de ar persistente, especialmente durante atividades físicas.
  • Tosse crônica e produtiva (com secreção).
  • Sensação de aperto no peito e fadiga constante.

A pneumologista Fernanda Miranda, do Órion Complex em Goiânia, alerta que a condição, embora grave, é evitável e tratável:

“A DPOC é altamente prevalente, especialmente em países com poucos recursos. O diagnóstico precoce pode salvar vidas e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.”


Por que medir a função pulmonar?

O tema da campanha deste ano destaca a relevância da função pulmonar como um indicador vital da saúde geral. A especialista explica:

“Pequenas reduções na função pulmonar aumentam o risco de morte por doenças respiratórias e outras condições. Medir essa função regularmente permite intervenções precoces e tratamentos mais eficazes.”

O exame mais recomendado para avaliar a saúde pulmonar é a espirometria.


Espirometria: o exame essencial para diagnóstico da DPOC

A espirometria é um exame simples, não invasivo e amplamente utilizado na detecção da DPOC. Ele mede o volume de ar inspirado e expirado, além da eficiência do sistema respiratório.

Como funciona?

  • O paciente sopra com força em um aparelho chamado espirômetro, que registra o fluxo e o volume de ar.
  • É necessário realizar várias tentativas para garantir a precisão dos resultados.

Segundo Fernanda Miranda:

“Esse exame é acessível em clínicas, hospitais e consultórios nas áreas urbanas, mas ainda enfrenta desafios em regiões remotas devido à falta de equipamentos e profissionais treinados.”


Principais indicações da espirometria:

  1. Diagnóstico de doenças respiratórias: Inclui DPOC, asma e fibrose pulmonar.
  2. Monitoramento de condições crônicas: Avalia a progressão de doenças respiratórias e ajusta tratamentos.
  3. Avaliação pré-operatória: Reduz riscos de complicações em cirurgias de grande porte.
  4. Acompanhamento em reabilitação pulmonar: Verifica a eficácia de intervenções, como fisioterapia respiratória.

Fatores de risco e prevenção

Os principais fatores associados ao desenvolvimento da DPOC incluem:

  • Tabagismo: Principal causa em até 80% dos casos.
  • Exposição a poluentes ambientais e ocupacionais: Como poeira, fumaça e gases tóxicos.
  • Histórico de infecções respiratórias na infância: Pode comprometer a saúde pulmonar ao longo da vida.

A prevenção envolve:

  • Abandono do tabagismo.
  • Redução da exposição a agentes irritantes.
  • Adoção de hábitos saudáveis, como prática de exercícios e dieta equilibrada.

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