Diarista é presa em flagrante por furtar mais de R$ 500 mil em joias e dinheiro de apartamento no Setor Oeste, em Goiânia
Mulher confessou os crimes e afirmou ter usado os valores subtraídos para alimentar vício em jogos de azar online. Ação foi conduzida pela Polícia Civil por meio do Garra/Deic. Vítima já havia denunciado desaparecimento de bens antes da prisão.

Uma diarista de 33 anos foi presa em flagrante, nesta sexta-feira, por suspeita de furtar o apartamento onde trabalhava havia cerca de quatro meses, localizado no Setor Oeste, uma das regiões mais tradicionais e valorizadas da capital goiana. A prisão foi efetuada por agentes do Grupo de Repressão a Roubos (Garra) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de Goiás (PCGO).
Segundo informações apuradas pela reportagem junto à corporação, o crime vinha sendo praticado de forma contínua, com a subtração de joias, bijuterias finas e grandes quantias em dinheiro. A proprietária do imóvel havia comunicado à polícia, um dia antes da prisão, que diversos objetos começaram a desaparecer desde a contratação da funcionária, sem nenhum sinal de arrombamento.
“As vítimas começaram a desconfiar ao notar o sumiço recorrente de pequenos itens de valor e cédulas. Era um furto sutil, silencioso e planejado, o que dificultou o flagrante imediato”, explicou o delegado Tiago Torres, responsável pelo caso.
Prisão após novo furto
A operação foi montada com rapidez após o registro da ocorrência. Os policiais acompanharam discretamente a movimentação da suspeita nesta sexta-feira. Segundo a PCGO, a mulher foi abordada ao deixar o prédio, carregando uma bolsa que continha dinheiro em espécie, joias em ouro e bijuterias de alto valor, todas reconhecidas imediatamente pelas vítimas.
Ela não resistiu à prisão e, ainda no local, admitiu ter cometido o furto momentos antes. Conduzida à sede da Deic, a investigada confessou em depoimento que vinha desviando bens do imóvel há meses e que vendia os objetos em plataformas informais para sustentar um vício crescente em apostas online, com ênfase no jogo conhecido como “Jogo do Tigrinho” — um caça-níquel eletrônico popular em aplicativos ilegais e cassinos clandestinos digitais.
O rastro de prejuízo e o impacto das apostas online
De acordo com o relatório policial, o prejuízo acumulado das vítimas ultrapassa R$ 500 mil. Apenas em joias, o valor estimado supera R$ 300 mil, além de aproximadamente R$ 50 mil em dinheiro vivo e peças de uso pessoal com valor afetivo significativo.
Especialistas alertam para o aumento de casos de pequenos furtos domésticos motivados por compulsão em jogos de azar virtuais. O vício no “tigrinho” — popularizado por influenciadores nas redes sociais — tem causado rombos financeiros, endividamento e até práticas criminosas, segundo o Núcleo de Psicologia Jurídica da Universidade Federal de Goiás (UFG).
“O ambiente de confiança doméstica é o mais sensível, e o vício em jogos pode levar pessoas em vulnerabilidade a cruzar a linha da legalidade em busca de dinheiro rápido”, afirma a psicóloga forense Marina Couto, pesquisadora do tema.
Desdobramentos e tipificação penal
A diarista foi autuada por furto qualificado mediante abuso de confiança e continuidade delitiva — conforme os artigos 155 e 71 do Código Penal —, cuja pena pode ultrapassar oito anos de reclusão, agravada pelo valor elevado dos bens e pela reincidência dentro do mesmo núcleo familiar.
O delegado responsável informou que as investigações continuam para apurar o destino dos bens já comercializados pela acusada e identificar eventuais receptadores. “Há indícios de que a suspeita tenha se vinculado a uma rede informal de venda de ouro e joias no centro de Goiânia”, acrescentou Torres.
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