Delegado é alvo de operação do MP-GO por suspeita de desviar R$ 2,2 milhões em contratos da educação em Rio Verde
Investigação aponta existência de organização criminosa que fraudava licitações e direcionava verbas destinadas a reformas escolares e serviços públicos
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) deflagrou, nesta quarta-feira (21), a Operação Regra de Três, que tem como alvo um delegado da Polícia Civil suspeito de liderar um esquema de corrupção responsável por fraudes em contratos públicos e pelo desvio de ao menos R$ 2,2 milhões destinados à área da educação em Rio Verde, no sudoeste do estado.
De acordo com as investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o esquema era estruturado em torno de uma organização criminosa comandada pelo delegado e sua esposa. Ambos são apontados como responsáveis por manipular processos de contratação e direcionar recursos que deveriam ser aplicados em reformas e obras em escolas da rede estadual de ensino.
Operação e medidas judiciais
A operação cumpriu 17 mandados de busca e apreensão em Rio Verde e Goiânia, além de um mandado de prisão preventiva contra um dos investigados. A Justiça determinou ainda o bloqueio de contas bancárias e a apreensão de bens vinculados ao grupo, como medida para garantir eventual ressarcimento aos cofres públicos.
Segundo o MP-GO, os crimes investigados incluem organização criminosa, contratação direta ilegal, falsidade ideológica e lavagem de capitais. Há indícios de que a atuação do grupo se estendia para além das obras em escolas, alcançando também a área de impressão de material didático e a contratação de institutos privados para a realização de concursos públicos.
Expansão do esquema
As apurações revelam que parte dos contratos investigados teria sido direcionada de forma ilícita a empresas ligadas aos suspeitos. Em um dos episódios sob análise, um instituto vinculado ao grupo teria sido contratado pela Câmara Municipal de Rio Verde para organizar concurso público, em um processo marcado por indícios de irregularidades.
O MP-GO estima que, entre 2020 e 2025, o esquema teria drenado valores milionários que deveriam ser aplicados na melhoria da infraestrutura escolar, prejudicando diretamente alunos e profissionais da rede de ensino.
Impacto e resposta institucional
Em nota, a Polícia Civil de Goiás afirmou que colabora com as investigações e que eventuais indícios envolvendo servidores da corporação já foram encaminhados à Corregedoria para apuração interna. O órgão destacou seu compromisso com a transparência e a legalidade.
Os nomes dos investigados não foram divulgados. A reportagem não localizou as defesas dos citados, mas o espaço segue aberto para manifestação.
Relevância do caso
Casos como o de Rio Verde reforçam os desafios enfrentados pelo sistema educacional brasileiro, que sofre não apenas com a carência de investimentos, mas também com a vulnerabilidade de recursos a práticas corruptas. Para o MP-GO, a Operação Regra de Três é estratégica por atingir não apenas a esfera do desvio de verbas, mas também a credibilidade de instituições públicas que deveriam zelar pelo interesse coletivo.
Nota da Polícia Civil na íntegra
A Polícia Civil de Goiás informa que prestou apoio operacional ao Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado da região Sul (Gaeco Sul), na deflagração da Operação Regra Três, realizada nesta quinta-feira (21/8), nos municípios de Rio Verde e Goiânia.
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