18 de outubro de 2024
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Delegada atira em homem acusado de estupro após ele ameaçar testemunha e resistir a ordens, em Anápolis

Aline Lopes, delegada da DPCA, agiu em legítima defesa ao conter homem que tentou impedir testemunha de acessar documentos cruciais para investigação de estupro de vulnerável
Delegada Aline Lopes, titular da DPCA de Anápolis (Reprodução/Redes Sociais)

Um grave incidente ocorreu na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Anápolis, nesta semana. A delegada titular, Aline Lopes, disparou contra um homem suspeito de estuprar a própria filha, após ele ameaçar uma testemunha que tentava pegar documentos essenciais para a denúncia. O suspeito, cujo nome não foi divulgado para preservar a identidade da vítima, já estava sendo investigado pela delegacia por abuso sexual contra sua filha menor de idade.

De acordo com o relato oficial, o homem foi até a delegacia para tentar intimidar uma testemunha que buscava entregar documentos relacionados ao caso. Ele teria começado a ameaçar fisicamente a pessoa, enquanto se recusava a seguir as ordens da delegada, que tentava intervir na situação.

“Ação em legítima defesa”

Aline Lopes, conhecida pelo seu trabalho intenso em casos de proteção a menores em situação de vulnerabilidade, afirmou que o disparo foi uma medida extrema, tomada em legítima defesa. Segundo o depoimento da delegada, o suspeito ignorou as repetidas ordens para se afastar e cessar as ameaças contra a testemunha.

“A situação estava se agravando rapidamente. O homem não só desobedeceu às ordens, como começou a se aproximar da testemunha de forma ameaçadora. Eu tentei de todas as formas resolver a situação verbalmente, mas diante da resistência e das ameaças, fui forçada a agir para garantir a integridade física das pessoas envolvidas”, relatou a delegada.

O tiro, disparado na perna do suspeito, foi suficiente para neutralizá-lo sem causar risco fatal, o que evitou um desfecho mais trágico. Após ser atingido, ele foi imediatamente socorrido e levado para o Hospital de Urgências de Anápolis, onde passou por cirurgia e encontra-se sob custódia da polícia.

Caso de estupro e investigação

O homem é investigado pela acusação de estupro de vulnerável contra a própria filha, um caso que chocou a comunidade local. A investigação segue em sigilo devido à gravidade e à natureza delicada das alegações. A delegada Aline Lopes reforçou que todo o processo está sendo conduzido com o máximo de cuidado para proteger a vítima, que é menor de idade.

O Conselho Tutelar e profissionais de saúde mental estão prestando apoio à criança e à família. A delegacia aguarda mais documentos e depoimentos que possam corroborar as acusações e fortalecer o inquérito.

Procedimentos após o incidente

Após o incidente, a Corregedoria da Polícia Civil de Goiás foi acionada para apurar a conduta da delegada, seguindo os protocolos em casos de uso de arma de fogo por policiais. No entanto, os primeiros indícios apontam para uma ação legítima em defesa da testemunha e de terceiros.

Diversos colegas da delegada expressaram apoio à sua atuação, ressaltando sua conduta profissional e a seriedade com que lida com casos de abuso infantil. O fato também reacende o debate sobre as difíceis condições de trabalho dos policiais que atuam em delegacias especializadas, lidando com situações de alta complexidade emocional e risco constante.

O caso ainda está em andamento, e mais detalhes sobre a investigação devem ser divulgados nos próximos dias. A ação rápida da delegada Aline Lopes pode ter evitado uma tragédia maior, garantindo a segurança da testemunha e preservando a continuidade das investigações em curso.

Esse caso em Anápolis traz à tona questões sobre o papel das autoridades em proteger as vítimas de violência sexual, especialmente em casos de estupro de vulnerável, além de levantar discussões sobre os limites da legítima defesa dentro do ambiente policial.