Cuidados essenciais para idosos no verão: como proteger a saúde na estação mais quente
Hidratação, alimentação leve e ambientes frescos são fundamentais para evitar desidratação e hipertermia na população 60+
Com a chegada do verão, que começa oficialmente no dia 21 de dezembro, os cuidados com a saúde, especialmente da população idosa, precisam ser redobrados. Apesar dos benefícios do sol, a exposição inadequada ao calor intenso pode trazer riscos graves, como desidratação, hipertermia e até câncer de pele. A orientação é do geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Dr. Marco Túlio Cintra.
Os riscos do calor extremo para idosos
De acordo com o especialista, os sintomas iniciais da hipertermia — quando a temperatura do corpo ultrapassa o normal — incluem tontura, dor de cabeça e mal-estar, podendo evoluir para desmaios e crises convulsivas. Por isso, a atenção aos sinais é fundamental. Além disso, pessoas idosas têm a sensação de sede reduzida e menor capacidade de troca de calor, fatores que aumentam o risco de desidratação.
“O mecanismo da sede fica comprometido na terceira idade, o que diminui a ingestão de líquidos. Por isso, é necessário estimular o consumo regular de água e bebidas naturais para garantir a hidratação adequada”, explica Dr. Cintra.
Hidratação e alimentação: aliados contra o calor
Para manter o corpo hidratado, o ideal é oferecer opções variadas, como água saborizada, sucos naturais, chás gelados e água de coco. Frutas ricas em água, como melancia, melão e laranja, e vegetais leves, como pepino e abobrinha, também são importantes na dieta. Por outro lado, bebidas alcoólicas, cafeinadas ou com muito açúcar devem ser evitadas, pois podem desidratar ainda mais o organismo.
Além da hidratação, a alimentação precisa ser balanceada e adequada para o clima quente. Segundo Dr. Cintra, a prioridade deve ser refeições leves e de fácil digestão, como saladas, proteínas magras e frutas frescas, sempre com cuidado no armazenamento para evitar intoxicações alimentares, comuns no verão.
Sinais de alerta para desidratação:
- Boca, língua e lábios secos
- Redução da urina
- Tontura e fadiga
- Confusão mental
Ambientes frescos e proteção solar
Manter os idosos em locais ventilados ou climatizados é um dos principais cuidados na estação mais quente do ano. Ventiladores e ar-condicionado são aliados, especialmente em dias abafados. Para quem não tem acesso a esses recursos, uma alternativa é visitar espaços refrigerados, como shoppings e centros comunitários.
Proteção contra o sol:
- Evitar exposição entre 10h e 16h
- Usar protetor solar com FPS 30 ou superior, mesmo em dias nublados
- Optar por roupas leves e de cores claras, preferencialmente de algodão
- Usar chapéu, boné e óculos de sol
“A pele idosa é mais sensível e propensa a queimaduras solares. Por isso, o uso de barreiras físicas, como chapéus e roupas adequadas, é essencial para prevenir problemas como o câncer de pele”, alerta Dr. Cintra.
Atividades físicas e socialização
O verão não deve ser sinônimo de isolamento. Dr. Cintra recomenda atividades físicas leves em horários frescos, como caminhadas, alongamentos e hidroginástica, sempre acompanhadas de uma garrafa de água para manter a hidratação. Atividades relaxantes, como leitura, jogos e assistir a filmes, também são importantes para estimular o convívio social sem exigir esforço excessivo.
“Para idosos com mobilidade reduzida ou acamados, é importante mudar a posição no leito várias vezes ao dia para evitar desconforto e feridas na pele. Além disso, o colchão e as roupas de cama devem ser adequados para o calor.”
Cuidados o ano todo
Apesar da maior incidência de temperaturas elevadas no verão, o especialista destaca que o Brasil, com seu clima tropical, exige atenção constante. “A população idosa é mais suscetível a temperaturas extremas, tanto no calor quanto no frio. Os cuidados com hidratação, proteção solar e ambientes frescos devem ser mantidos ao longo de todo o ano.”
Resumo das recomendações para idosos no verão:
- Hidratação constante com água, sucos naturais e frutas ricas em água.
- Alimentação leve, com refeições de fácil digestão.
- Ambientes ventilados, climatizados ou passeios em locais frescos.
- Proteção solar, com protetor, roupas adequadas e acessórios.
- Atividades físicas leves nos horários mais frescos.
- Monitorar sinais de desidratação e procurar assistência médica, se necessário.
Com esses cuidados simples, a estação mais quente do ano pode ser aproveitada com segurança e qualidade de vida, garantindo bem-estar e saúde para a população 60+.
Fontes: Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Dr. Marco Túlio Cintra, Ministério da Saúde.
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