Crise no Imas: Servidores de Goiânia enfrentam mais de quatro meses sem atendimento pediátrico
Déficit financeiro de R$ 6 milhões mensais compromete assistência a 83 mil usuários; famílias recorrem ao SUS diante da ausência de hospitais credenciados

O Instituto Municipal de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Públicos de Goiânia (Imas) enfrenta uma crise sem precedentes, deixando servidores e seus dependentes sem acesso a serviços pediátricos de urgência e emergência há mais de quatro meses. A situação tem forçado famílias a recorrerem ao Sistema Único de Saúde (SUS), sobrecarregando ainda mais a rede pública.
Segundo relatos de servidores, a ausência de hospitais credenciados para atendimento pediátrico tem sido uma constante desde fevereiro deste ano. “Já tem mais de quatro meses que o Imas não tem um hospital pediátrico atendendo emergência. A gente que tem filho pequeno, que precisa, não tem para onde correr”, desabafa uma servidora pública que preferiu não se identificar.
Déficit financeiro compromete assistência
Atualmente, o Imas atende cerca de 83 mil usuários, incluindo servidores, dependentes e associados adjuntos. A arrecadação mensal do instituto gira em torno de R$ 14 milhões, provenientes das contribuições dos servidores e da contrapartida da Prefeitura. Entretanto, as despesas mensais alcançam R$ 20 milhões, resultando em um déficit de R$ 6 milhões por mês. Em abril, o Imas acumulava dívidas em torno de R$ 250 milhões.
Em nota, o Imas afirmou que realizou os repasses financeiros aos dois hospitais credenciados que realizam o serviço de emergência pediátrica aos usuários do instituto e que está em processo de credenciamento de novas unidades para atender às demandas de urgência e emergência pediátrica. O instituto também informou que os pagamentos aos prestadores de serviço estão sendo realizados regularmente.
Suspensão de atendimentos agrava situação
Em fevereiro deste ano, o Hospital Infantil de Campinas suspendeu os atendimentos pelo Imas devido ao atraso no recebimento de repasses. Na ocasião, o hospital informou que os repasses estavam em atraso desde julho de 2023 e que o atendimento pelo convênio seria retomado somente após o pagamento dessas verbas.
A suspensão dos atendimentos por parte dos hospitais credenciados tem agravado a situação dos servidores, que se veem sem alternativas para o atendimento de seus filhos. “A gente não consegue consulta pediátrica, se precisar de uma internação, você não tem para onde levar seus filhos”, relata a servidora.
Negociações em andamento
No dia 1º de abril, o presidente do Imas, Paulo Henrique da Farmácia, iniciou discussões com o prefeito Sandro Mabel (União) sobre as medidas que serão adotadas na tentativa de solucionar a crise financeira no órgão. Até o momento, o Imas não respondeu qual o motivo de os servidores não estarem conseguindo atendimento pediátrico.
Impacto na rede pública
A falta de atendimento pelo Imas tem sobrecarregado a rede pública de saúde, especialmente as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad). A demanda crescente por serviços pediátricos tem gerado filas e aumentado o tempo de espera por atendimento.
A situação evidencia a necessidade urgente de soluções para a crise no Imas, a fim de garantir o acesso dos servidores municipais e seus dependentes aos serviços de saúde, especialmente no atendimento pediátrico.
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