5 de dezembro de 2025
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Corte Ilegal de Barus Nativos Mobiliza Amma e GCM em Goiânia

Espécie nativa e símbolo do Cerrado, o Baru foi alvo de supressão clandestina na região norte da capital. Amma e GCM investigam crime ambiental denunciado por moradores via redes sociais.
A árvore Baru é nativa do Cerrado brasileiro e apresenta fruto rico em vitaminas sendo muito utilizado para fins medicinais, cosmético, culinária brasileira.

Dois exemplares de Baru (Dipteryx alata), árvores de grande valor ecológico e cultural do Cerrado, foram ilegalmente cortados no Residencial Humaitá, região norte de Goiânia, provocando reação imediata da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) e da Guarda Civil Metropolitana (GCM). A ocorrência foi revelada após denúncia de moradores em uma rede social, que rapidamente viralizou e alertou as autoridades sobre o crime ambiental.

O episódio trouxe à tona a crescente pressão sobre o bioma cerrado, mesmo dentro do perímetro urbano da capital, e expôs a fragilidade da proteção das espécies nativas frente à expansão urbana desordenada e à negligência ambiental.


Uma árvore, muitas funções

Muito além de seu porte robusto e beleza cênica, o Baru é uma das árvores mais emblemáticas do Cerrado. Seus frutos são ricos em proteínas, minerais e antioxidantes, e sua castanha é considerada uma superfood brasileira, sendo exportada para diversos países. Além de alimentar humanos e animais, suas sementes ajudam na recuperação de solos e atraem espécies como araras, tucanos, veados e cotias.

Por essas características, o Baru não é apenas uma árvore — é um elo fundamental na cadeia de biodiversidade do Cerrado. Sua derrubada representa não só um dano ao meio ambiente, mas uma perda cultural e econômica.


Crime ambiental em apuração

A Amma confirmou que foi acionada no mesmo dia da denúncia e deslocou uma equipe técnica para registrar o corte e realizar a perícia ambiental. Segundo a legislação vigente, o corte de árvores nativas sem autorização constitui crime ambiental, passível de multa, embargo da área e responsabilização civil e penal dos envolvidos.

“Vamos identificar os autores e aplicar todas as sanções cabíveis. Esse tipo de conduta é inaceitável, ainda mais com uma espécie como o Baru, que integra o patrimônio ecológico do nosso Cerrado”, afirmou Denise Gomes, diretora de Fiscalização Ambiental da Amma.

O comandante da GCM Ambiental, inspetor Edvaldo Lima, confirmou que câmeras de segurança e depoimentos de moradores estão sendo utilizados para traçar o caminho do crime, e que há indícios de que o corte foi premeditado, com uso de motosserras e transporte clandestino da madeira durante a madrugada.


Redes sociais como aliadas da conservação

A denúncia partiu de uma página comunitária local no Instagram, que registrou imagens do tronco cortado e a ausência das copas das árvores, levantando suspeitas de remoção ilegal. A publicação recebeu centenas de comentários e foi marcada em perfis oficiais da Prefeitura e da Amma.

Esse episódio reforça o papel cada vez mais relevante da vigilância cidadã digital na fiscalização de crimes ambientais.

“A sociedade é um elo essencial na proteção do meio ambiente. A denúncia imediata nos deu tempo de reagir e preservar as evidências”, declarou Denise Gomes.


Cerrado urbano sob risco

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do MapBiomas, Goiânia já perdeu mais de 70% da cobertura original de Cerrado em seu território urbano nas últimas décadas. Árvores como o Baru, Ipê, Jacarandá e Pequi vêm sendo substituídas por calçadas concretadas e loteamentos, muitas vezes sem o devido planejamento.

O corte de duas árvores pode parecer pontual, mas em um ecossistema como o Cerrado, cada indivíduo conta.


O que acontece agora?

  • A Amma segue com a investigação ambiental, apurando o impacto do corte e a possibilidade de regeneração da área;
  • A GCM busca identificar os responsáveis pelo crime, com apoio de moradores e imagens de câmeras;
  • A área foi autuada preliminarmente e poderá ser embargada até que haja reposição da vegetação nativa;
  • A Prefeitura deve reforçar ações de educação ambiental e ampliar a fiscalização em bairros com alta incidência de desmatamento.

Um chamado à consciência coletiva

O caso do Residencial Humaitá não é isolado. Ele é um reflexo de uma disputa cotidiana entre o avanço urbano e a conservação da natureza. E mostra que a cidadania ativa e a fiscalização ambiental precisam caminhar lado a lado.

Se Goiânia pretende manter viva a sua vocação de cidade verde, será necessário mais do que planos técnicos: será preciso engajamento, respeito às leis ambientais e reverência às árvores que sustentam o Cerrado — e a nossa própria existência.

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Marcus

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