Conflito entre seguranças e entregadores no Brasil Park Shopping leva a investigação e afastamento de envolvidos
Ocorrência registrada na noite de domingo (20), em Anápolis, expõe tensão nas relações entre trabalhadores de aplicativos e centros comerciais. Polícia Civil apura responsabilidades e possíveis abusos durante abordagem nas dependências do shopping.
Um episódio de violência envolvendo entregadores de aplicativo e seguranças privados no Brasil Park Shopping, em Anápolis (GO), gerou indignação e levou a uma investigação por parte da Polícia Civil. O caso ocorreu na noite do último domingo, 20 de julho, e teve ampla repercussão após vídeos do confronto circularem nas redes sociais, revelando cenas de agressão física dentro do estabelecimento.
De acordo com os relatos iniciais dos entregadores, a situação teve início de forma aparentemente banal, quando um dos trabalhadores foi advertido por um segurança por circular com o capacete na cabeça dentro da área interna do shopping. A abordagem, considerada ríspida, teria gerado um embate verbal, seguido de agressões físicas entre seguranças e outros entregadores que presenciaram a cena e tentaram intervir.
As imagens registradas mostram, em determinado momento, um entregador sendo contido de maneira violenta por um dos seguranças, enquanto colegas protestavam contra a conduta do agente. A situação rapidamente fugiu do controle e precisou da intervenção de outros funcionários para conter os ânimos.
Após o ocorrido, os entregadores foram conduzidos à Central de Flagrantes, onde prestaram depoimento e foram submetidos a exames de corpo de delito. A Polícia Civil de Goiás instaurou inquérito para apurar a conduta da equipe de segurança, analisar os vídeos e ouvir testemunhas, incluindo clientes que estavam no local. O foco da apuração é verificar se houve excesso de força ou prática de abuso por parte dos seguranças.
Posicionamento oficial
Em nota pública divulgada na manhã desta segunda-feira (21), a administração do Brasil Park Shopping informou que os profissionais envolvidos na confusão foram afastados preventivamente de suas funções e que o caso está sendo apurado internamente, em conjunto com a empresa terceirizada responsável pela segurança do centro comercial.
“Reforçamos que repudiamos qualquer ato de violência ou desrespeito. Os profissionais envolvidos foram afastados imediatamente e o caso está sendo apurado com prioridade junto à empresa responsável”, diz o comunicado.
Ainda segundo a nota, o shopping reafirmou o compromisso com a “segurança, o respeito e o bem-estar de todos que frequentam ou trabalham em suas instalações”, acrescentando que colabora integralmente com as autoridades na investigação do episódio.
Tensão recorrente
O episódio acende mais uma vez o alerta sobre a relação conflituosa entre trabalhadores de aplicativo e ambientes comerciais que, embora dependam diretamente da entrega de mercadorias, muitas vezes não oferecem condições adequadas de acolhimento ou diálogo com esses profissionais.
Entidades ligadas aos direitos dos trabalhadores e associações de entregadores da região divulgaram nota conjunta exigindo transparência na investigação e medidas efetivas para prevenir novos episódios de violência.
A Defensoria Pública do Estado de Goiás e o Ministério Público do Trabalho (MPT) foram provocados para acompanhar o caso, diante da suspeita de violação de direitos trabalhistas e do uso desproporcional da força por parte de agentes de segurança privada — setor cuja regulamentação é frequentemente alvo de críticas pela falta de treinamento adequado.
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