Conflito ambiental: Mabel critica Semad após multa ao aterro de Goiânia; secretaria rebate
Prefeito afirma que órgão estadual “fechou os olhos por 30 anos”; Semad aponta descumprimento de TAC e ausência de pedido de licenciamento

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), reagiu à aplicação de multa diária ao aterro sanitário da capital e criticou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), afirmando que o órgão “fechou os olhos por 30 anos” e agora pressiona a atual gestão a resolver passivos ambientais acumulados ao longo de décadas.
Em pronunciamento durante as comemorações dos 92 anos de Goiânia, Mabel afirmou que a Semad deveria atuar em conjunto com a Prefeitura para regularizar a operação do aterro, em vez de aplicar sanções imediatas. Segundo ele, a orientação da secretaria de destinar resíduos a aterros privados implicaria despesas mensais de R$ 10 milhões, recurso que o prefeito defende ser prioritário para saúde e educação.
“A Semad fechou os olhos durante 30 anos no aterro e, agora, bem na minha vez, quer que se faça tudo de uma vez. É o único órgão do Estado que não apoia a Prefeitura”, declarou.
“Eles querem que eu gaste R$ 10 milhões por mês mandando o lixo para aterros particulares. Eu não vou fazer isso. O que queremos é o licenciamento, não perseguição.”
Semad rebate
Em nota oficial, a Semad contestou as declarações do prefeito, esclarecendo que a situação do aterro vem sendo tratada com a Prefeitura há anos, inclusive com a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual o município se comprometeu a implementar melhorias estruturais que, segundo o órgão, não foram executadas.
O órgão estadual informou que analistas ambientais vistoriaram o local quatro vezes em 2025, produzindo laudos detalhados que apontam risco real de dano ambiental e à saúde pública. A Semad destacou ainda que a Prefeitura não protocolou pedido de licenciamento para regularizar a operação do aterro.
“Na capital, a tratativa acontece há anos – inclusive com assinatura de TAC, no qual a prefeitura se comprometeu a realizar investimentos que não foram feitos”, afirmou a Semad.
“A orientação da secretaria é que o município cumpra a lei e disponha os resíduos em aterro licenciado, garantindo a segurança ambiental e sanitária da população.”
A medida de aplicação da multa diária de R$ 5 mil decorre do descumprimento da legislação ambiental, que proíbe a operação de empreendimentos potencialmente poluidores sem licença. Laudos recentes apontam problemas como contaminação do solo e da água, instabilidade de taludes e risco à fauna local, reforçando a necessidade urgente de adequação.
O impasse evidencia o desafio histórico de Goiânia em regularizar a gestão de resíduos sólidos, ao mesmo tempo em que a Prefeitura enfrenta pressão por recursos financeiros limitados e prioridades administrativas.
Nota oficial da Semad
Em nota oficial, a Semad contestou a versão do prefeito e afirmou que a situação do aterro é tratada com a gestão municipal “há anos”, inclusive com um TAC firmado anteriormente, no qual o município se comprometeu a realizar melhorias estruturais que não foram executadas.
O órgão também informou que analistas ambientais vistoriaram o local quatro vezes em 2025, produzindo laudos “exaustivamente detalhados” que apontam risco real de dano ambiental e à saúde pública. Além disso, a secretaria afirma que a Prefeitura não protocolou pedido de licenciamento para regularizar a operação.
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