Clubes goianos correm contra o tempo para regularizar estádios antes da estreia na Série D
Aparecidense, Goianésia e Goiatuba têm pendências em laudos técnicos exigidos pela CBF e podem comprometer seus mandos de campo; apenas o Goiânia está com documentação em dia.
A pouco menos de três semanas do novo início previsto para a Série D do Campeonato Brasileiro, três dos quatro clubes goianos participantes ainda não regularizaram a situação de seus estádios junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Aparecidense, Goianésia e Goiatuba enfrentam pendências burocráticas e técnicas que ameaçam o direito de mandarem suas partidas em casa na competição nacional. O Goiânia Esporte Clube é o único com os documentos devidamente regularizados até o momento.
A CBF adiou o início da Série D para os dias 19 e 20 de abril, após detectar que diversas equipes não apresentaram, no prazo estipulado, os laudos exigidos de segurança e saúde pública — como os emitidos pela Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. O problema não se limita a Goiás, mas impacta diretamente o futebol do estado.
“Estamos cobrando isso desde o final do Campeonato Goiano. Não é por falta de aviso ou empenho da FGF e da CBF. Os clubes estão com dificuldades para renovar os documentos”, afirmou à reportagem o presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), Ronei Freitas.
Clubes com pendências e os problemas de cada um
Segundo informações atualizadas pelo departamento técnico da FGF, os estádios com pendências são:
- Aparecidense – Estádio Anníbal Batista de Toledo:
Falta a renovação do laudo da Vigilância Sanitária, vencido em 13 de março. O clube justificou, em nota oficial, que a solicitação da vistoria só pôde ser feita após o término da validade e do Campeonato Goiano, mas já agendou nova inspeção e aguarda emissão do novo laudo.
“Essa exigência é novidade da CBF para 2025. A vistoria já está marcada, e vamos resolver tudo dentro do prazo”, informou a assessoria da Aparecidense. - Goianésia – Estádio Valdeir José de Oliveira:
Faltam os questionários da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros. A diretoria do clube ainda não respondeu aos questionamentos feitos até o fechamento desta reportagem. - Goiatuba – Estádio Divino Garcia Rosa:
Não apresentou o questionário atualizado do Corpo de Bombeiros, mas garantiu que o documento estará pronto até esta terça-feira (8). A diretoria afirmou que, se a rodada inaugural ocorresse neste final de semana, o estádio estaria “em condições plenas” de receber partidas.
O Goiânia, que manda seus jogos no Estádio Olímpico, está com os laudos regularizados. O da Vigilância Sanitária, vencido em 25 de fevereiro, foi renovado e enviado no sábado (5). Já o laudo da Polícia Militar vence em 18 de abril e aguarda apenas a assinatura do Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (Bepe).
CBF exige o que a lei não obriga
A exigência dos chamados “questionários técnicos” é uma iniciativa da CBF, e não está prevista na Lei Geral do Esporte nem no Estatuto do Torcedor, como explicou o presidente da FGF. No entanto, a confederação decidiu manter o rigor documental para garantir a segurança em estádios, mesmo com capacidade inferior a 10 mil pessoas — como é o caso dos três clubes goianos em situação irregular.
“A lei não exige esses questionários, mas a CBF passou a cobrar, e agora os clubes precisam se adequar”, detalhou Ronei Freitas.
Adiamento da Série D
Originalmente marcada para os dias 12 e 13 de abril, a primeira rodada da Série D foi postergada após a CBF emitir um comunicado interno alegando “dificuldades de obtenção e apresentação de laudos técnicos pelos clubes participantes”. A decisão visa assegurar que todos os times cumpram os requisitos mínimos para receber jogos com segurança.
A entidade afirmou ainda que o adiamento não causará impacto no calendário oficial da Série D, que seguirá com 64 clubes disputando o acesso à Série C de 2026.
Estreias dos goianos
Com a alteração do calendário, a estreia das equipes goianas está prevista da seguinte forma:
- Goiânia x Luverdense (Grupo A5) – Estádio Olímpico (em casa, estádio regularizado)
- Goianésia x Ceilândia (Grupo A5) – pendente de regularização do estádio
- Goiatuba x Inter de Limeira (Grupo A7) – pendente de regularização do estádio
- Capital x Aparecidense (Grupo A5) – fora de casa; a Cidinha estreia em casa na 2ª rodada, contra o Mixto
Expectativa
O prazo extra de pouco menos de duas semanas representa uma última chance para os clubes goianos regularizarem seus estádios e evitarem punições ou mudanças de mando de campo — o que comprometeria a logística e a competitividade das equipes no torneio nacional.
Enquanto isso, a FGF segue intermediando o processo entre clubes e autoridades técnicas, na tentativa de assegurar a presença dos quatro representantes goianos em seus palcos originais, com segurança e respaldo institucional.
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