Cientista da UFG é a única brasileira em grupo da ONU sobre Inteligência Artificial e armas químicas
Carolina Horta Andrade, referência em pesquisa aplicada à saúde, participa de fórum da Organização para a Proibição de Armas Químicas em Haia

A professora e pesquisadora Carolina Horta Andrade, da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi convidada pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) para integrar um seleto grupo de 25 especialistas internacionais que discute os impactos da Inteligência Artificial (IA) no campo das ciências químicas e na segurança internacional. O encontro, realizado em Haia, na Holanda, reúne cientistas de ponta para avaliar como as novas tecnologias podem afetar a implementação da Convenção para a Proibição de Armas Químicas, tratado assinado por 193 países.
Carolina é a única representante brasileira e uma das apenas duas cientistas da América Latina a participar do fórum. O grupo de trabalho avalia oportunidades e riscos que a IA traz para a área, desde a possibilidade de acelerar pesquisas legítimas — como o desenvolvimento de medicamentos — até a preocupação com a criação ou manipulação de substâncias químicas de uso bélico.
Pesquisa e inovação em Goiás com impacto global
Professora do Instituto de Ciências Exatas e Naturais da UFG, Carolina também é pesquisadora do Centro de Competência em Tecnologias Imersivas (AKCIT), unidade credenciada à EMBRAPII. Durante a reunião da OPCW, ela apresentou o projeto SOFIA (Structure for Olfactory Immersive AI), iniciativa inovadora que combina realidade virtual e inteligência artificial para criar experiências olfativas imersivas. A tecnologia tem potencial de aplicação em setores como saúde, treinamentos especializados e até terapias de reabilitação sensorial.
Com trajetória reconhecida internacionalmente, Carolina desenvolve pesquisas em química medicinal computacional, voltadas à descoberta de novos fármacos contra doenças negligenciadas, como leishmaniose, esquistossomose, malária e tuberculose, além de estudos aplicados a viroses emergentes, incluindo Zika e Covid-19. Em 2015, recebeu o prêmio “Talentos Internacionais em Ascensão”, concedido pela L’Oréal-UNESCO, por sua contribuição no desenvolvimento de tratamentos mais acessíveis e menos tóxicos contra a leishmaniose.
Desafios éticos e estratégicos da IA
A escolha da OPCW por cientistas como Carolina reflete a crescente preocupação de organismos multilaterais com o uso dual da inteligência artificial. Se, por um lado, a tecnologia oferece ferramentas para avanços científicos inéditos, por outro, pode ser explorada de maneira indevida, ampliando riscos de segurança global. O grupo de especialistas tem a missão de elaborar recomendações técnicas e éticas para que a IA seja utilizada em conformidade com a Convenção de Armas Químicas, preservando sua integridade e eficácia.
Para a comunidade científica brasileira, a presença de Carolina no fórum reforça o papel estratégico do país em debates internacionais sobre ciência, tecnologia e segurança. Sua atuação simboliza também o fortalecimento da ciência goiana no cenário global, com potencial de influenciar políticas públicas e práticas regulatórias em nível internacional.
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