Caos no Buriti Sereno: Descarte ilegal de lixo se agrava e moradores denunciam omissão da Secretaria de Meio Ambiente

População relata abandono e pede medidas urgentes para conter danos à saúde pública e ao meio ambiente.

bairro Buriti Sereno, em Aparecida de Goiânia, enfrenta um grave problema de descarte irregular de lixo, que vem se intensificando nas últimas semanas. Pneus, móveis velhos, restos de entulho e sacos de lixo doméstico tomam conta de áreas públicas e terrenos baldios, transformando a paisagem urbana em cenário de degradação ambiental e risco sanitário.

Moradores relatam que, além do incômodo visual e do mau cheiro, a situação tem favorecido a proliferação de insetos e roedores, ampliando os riscos à saúde, especialmente em meio ao tempo seco e às altas temperaturas que castigam a região. Porém, o que revolta os moradores não é apenas o acúmulo de lixo, mas o sentimento de abandono por parte do poder público.

“O mais revoltante é tentar denunciar e ser ignorado. Mandei a localização exata pelo celular, mas me pediram quadra e lote — que sequer existem na área em questão. A denúncia não foi aceita. Isso é inadmissível!”, afirma uma moradora indignada, que prefere não se identificar.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente exige, para o protocolo de denúncias, dados como quadra e lote, o que inviabiliza a formalização de reclamações em áreas onde essa demarcação não existe ou não é visível. Na prática, a burocracia digital tem inviabilizado queixas legítimas e urgentes de cidadãos que tentam colaborar com a gestão ambiental.

O Ministério Público e a Defensoria Pública podem ser acionados em casos como esse, nos quais o acesso ao direito coletivo à saúde e ao meio ambiente equilibrado é negado por entraves administrativos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) responsabiliza o poder público pela destinação correta dos resíduos urbanos e pela promoção da coleta seletiva, bem como pela educação ambiental nas comunidades.

Enquanto isso, os moradores do Buriti Sereno se mobilizam. Grupos em redes sociais organizam mutirões de limpeza e pressionam a prefeitura por respostas concretas e fiscalização regular. A população exige, no mínimo, que os canais de denúncia sejam acessíveis e funcionais, sem a exigência de informações que não se aplicam à realidade local.

A demanda da comunidade é clara: respeito, ação imediata e políticas públicas eficazes. O lixo acumulado é só a ponta visível de um problema mais profundo — a desconexão entre a gestão ambiental e as necessidades reais dos cidadãos.

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