Bombeiro Militar e Amigo São Presos por Suspeita de Homicídio com Facão em Quirinópolis
Prisão do militar foi realizada com apoio da Corregedoria do Corpo de Bombeiros. Bainha do facão encontrada no local do crime pertencia ao equipamento de uso da corporação. Motivação pode estar ligada a um furto cometido dois dias antes do assassinato.
Um caso que parecia adormecido nos arquivos da Polícia Civil ganhou novos contornos nesta sexta-feira (13), quando dois homens — um deles integrante do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás — foram presos temporariamente suspeitos de envolvimento em um homicídio brutal ocorrido em setembro do ano passado, na zona rural de Quirinópolis, no sudoeste goiano. A operação foi batizada de Sangue Frio pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (GEIC), que atua no município.
Segundo fontes da Polícia Civil ouvidas pela reportagem, a vítima foi assassinada com diversos golpes de facão. A principal pista que levou aos suspeitos foi um detalhe inesperado: a bainha da arma branca, aparentemente deixada para trás durante a fuga, estava presa a um cinto tático do Corpo de Bombeiros. Perícia técnica e laudos de confronto de material complementar sustentaram os pedidos de prisão e busca.
“A motivação ainda está sob investigação, mas trabalhamos com a hipótese de que o crime tenha sido motivado por vingança, em razão de um furto ocorrido dois dias antes”, revelou a delegada responsável pelo caso, Camila Simões.
Os nomes dos investigados estão sendo mantidos em sigilo para preservar as diligências em andamento, mas ambos já prestaram depoimento e negaram qualquer envolvimento com o assassinato. A Polícia Civil, no entanto, sustenta que existem indícios robustos da participação de ambos no homicídio.
Investigação e ação coordenada
A prisão do bombeiro militar contou com o apoio direto da Corregedoria do Corpo de Bombeiros de Goiás, que também acompanhou o cumprimento dos mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. A corporação emitiu nota oficial afirmando que:
“Assim que tomou conhecimento da prisão de um de seus integrantes, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás instaurou procedimento administrativo disciplinar e reforçou seu compromisso com o rigor institucional e a colaboração com as investigações, respeitando o devido processo legal e os direitos do investigado.”
A reportagem apurou que o bombeiro em questão não possuía histórico de sanções anteriores dentro da corporação, o que reforça o caráter delicado da apuração.
Operação Sangue Frio
A operação Sangue Frio, responsável pelas prisões, integra uma série de ações do GEIC com foco na elucidação de crimes violentos ocorridos na zona rural de municípios do sudoeste goiano. O crime, ocorrido em setembro de 2024, foi mantido sob sigilo investigativo até que as provas ganhassem força suficiente para respaldar as medidas cautelares.
Moradores da região, ouvidos sob condição de anonimato, relataram que o clima é de surpresa e apreensão. “A gente nunca imaginou que um bombeiro estivesse envolvido. Eles são vistos como pessoas de confiança”, disse um trabalhador rural.
Próximos passos
O inquérito segue em curso e a Polícia Civil aguarda os resultados de exames complementares de DNA e a análise de registros de celulares apreendidos durante a operação. O Ministério Público será acionado para eventual denúncia após o fim do prazo das prisões temporárias.
Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por homicídio qualificado, com agravantes como motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A pena pode chegar a 30 anos de reclusão.
A população pode colaborar com o avanço das investigações por meio de denúncias anônimas pelo telefone 197 da Polícia Civil.
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