Personalizar preferências de consentimento

Usamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para permitir as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são requeridos para habilitar os recursos básicos deste site, como fornecer login seguro ou ajustar suas preferências de consentimento. Esses cookies não armazenam nenhum dado de identificação pessoal.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies funcionais ajudam a executar determinadas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedback e outros recursos de terceiros.

Nenhum cookie para mostrar

Cookies analíticos são usados ​​para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas como número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego etc.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies de desempenho são usados ​​para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência de usuário aos visitantes.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies de publicidade são usados ​​para fornecer aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que você visitou anteriormente e para analisar a eficácia das campanhas publicitárias.

Nenhum cookie para mostrar

2 de abril de 2025
NegóciosSaúdeÚltimas

ARTIGO: Os graves danos das queimadas e a recuperação da fertilidade do solo

Entenda os impactos ambientais das queimadas e as estratégias para recuperar a fertilidade do solo degradado.
As queimadas têm efeitos devastadores no solo, desde a perda de nutrientes até a destruição de sua estrutura física e biológica.

Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que, entre agosto e setembro, mais de 10 milhões de pessoas, em 531 municípios, estão sendo impactadas pelas consequências dos incêndios nos biomas brasileiros. Nesse contexto, 1,4 milhão de habitantes também enfrentam os efeitos da estiagem, com 154 cidades sofrendo as consequências da seca. Os prejuízos causados tanto pela seca quanto pelos incêndios florestais já somam pelo menos R$ 2 bilhões. Esses dados ressaltam a urgência de entender os impactos das queimadas, especialmente nos canaviais, que foram a lavoura mais atingida neste ano no Estado de São Paulo.
 

As queimadas, embora tenham sido abandonadas em grande parte das lavouras de cana-de-açúcar há alguns anos, ainda ocorrem em áreas de difícil colheita mecanizada. Sua abolição foi crucial, pois provoca perdas consideráveis de biomassa, emite grandes volumes de carbono e polui o ar.
 

Um dos efeitos mais imediatos das queimadas é a perda de elementos minerais na atmosfera, seja por volatilização na forma gasosa ou pela convecção de partículas finas na fumaça. O nitrogênio, junto com o enxofre e o boro, é um elemento particularmente vulnerável, pois volatiliza a temperaturas relativamente baixas (cerca de 200°C). As perdas de outros elementos minerais também variam conforme a intensidade das queimadas.
 

Em termos gerais, as perdas são expressas em percentuais das quantidades iniciais da seguinte forma: N (nitrogênio) > K (potássio) > P (fósforo) > Ca (cálcio). O nitrogênio se perde principalmente por volatilização, enquanto o cálcio é transportado por partículas, e o potássio e fósforo são afetados por ambos os mecanismos. Além disso, algumas concentrações de metais, como vanádio, manganês e níquel, aumentam no solo, enquanto cobalto e cobre permanecem constantes. O selênio e o zinco são mobilizados pelo fogo.
 

Embora as cinzas possam enriquecer temporariamente o solo, a relação custo-benefício das queimadas é insustentável, dado o grande dano econômico e ambiental que elas causam, além dos riscos de incêndios. Após o fogo, a matéria orgânica é mineralizada e enriquece o solo em nutrientes, mas essa vantagem é efêmera, já que a maioria dos nutrientes se perde rapidamente.
 

A erosão do solo após as queimadas representa, sem dúvida, o dano ecológico mais severo. Além disso, há prejuízos significativos para as lavouras, propriedades e comunidades rurais. O solo é fundamental para a nutrição da vegetação e das pessoas, e seu processo de recuperação é extremamente lento. A destruição das qualidades físicas, biológicas e químicas do solo é nociva. As perdas podem variar dependendo da inclinação do terreno, das condições climáticas após as queimadas e das características do solo. Contudo, a drenagem pode ser minimizada se a vegetação for recuperada rapidamente após o incêndio.
 

As perdas de nutrientes causadas pelas queimadas obrigam os produtores a compensar essa redução com o uso de fertilizantes. É importante lembrar que os adubos são cruciais para o rápido desenvolvimento das culturas, promovendo a cobertura do solo e a produção de biomassa necessária para formar palha, o que ajuda a proteger a terra contra ervas daninhas e erosão, além de aumentar o sequestro de carbono e fornecer nutrientes.
 

Por todas essas razões, é um erro pensar que as queimadas possam ter aspectos positivos. Para restaurar plenamente as boas condições do solo e o seu grau de nutrientes nas milhares de propriedades rurais afetadas pelos incêndios no Brasil este ano, será necessário um investimento significativo em nutrientes. Felizmente, esses nutrientes estão disponíveis! No entanto, o fator mais importante para evitar os riscos e as perdas econômicas e ambientais causadas pelo fogo é a conscientização e a responsabilidade.

*Valter Casarin, coordenador geral e científico da NutrientesPara a Vida é graduado em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP, Jaboticabal, em 1986 e em Engenharia Florestal pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/USP, Piracicaba, em 1994. Concluiu o mestrado em Solos e Nutrição de Plantas, em 1994, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Recebeu o título de Doutor em Ciência do Solo pela École Supérieure Agronomique de Montpellier, França, em 1999. Atualmente é professor do Programa SolloAgro, ESALQ/USP e Sócio-Diretor da Fertilità Consultoria Agronômica.