Aposta Perigosa: Estudante de Medicina Finge Sequestro e é Preso por Extorquir Irmã em Goiás
Alex Moreira Souza, de 29 anos, simulou sequestro em Santa Catarina para conseguir dinheiro da irmã, que mora em Goiânia. Valor extorquido foi usado para quitar dívidas com apostas online. Polícia flagrou o universitário passeando de carro enquanto dizia estar em cativeiro.
Aparência de vítima, perfil de algoz. O que parecia um drama familiar envolvendo sequestro e pedido de resgate revelou-se uma farsa sofisticada, mas desmoronada pela investigação da Polícia Civil de Santa Catarina. Alex Moreira Souza, estudante de medicina do 10º período da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), de 29 anos, foi preso em flagrante nesta quinta-feira (10), acusado de extorquir a própria irmã após fingir que havia sido sequestrado.
Natural de Goiás, Alex ligava para a família afirmando estar em poder de sequestradores em Nova Veneza (SC) e pedia ajuda urgente. O suposto valor exigido para sua libertação: R$ 40 mil. Diante do apelo emocional e da ameaça, sua irmã, residente em Goiânia, transferiu R$ 5 mil via PIX, acreditando que ajudava a salvar o irmão. A quantia, no entanto, foi imediatamente destinada ao pagamento de dívidas contraídas em plataformas de apostas online, conhecidas como “bets”.
Segundo o delegado Luis Otávio Pohlman, responsável pelo caso, as investigações revelaram a mentira antes que novos valores fossem enviados. “Foi um golpe premeditado e articulado. A vítima acreditou que estava salvando o irmão, enquanto ele circulava tranquilamente de carro em Araranguá”, afirmou. A farsa ruiu quando Alex foi localizado pela polícia, dirigindo sem qualquer indício de violência ou coação.
A prisão ocorreu em flagrante delito. Em depoimento, o jovem confessou que criou o falso sequestro para obter dinheiro rápido. Disse que estava endividado com apostas eletrônicas e viu na irmã uma alternativa para se livrar do problema. A Polícia Civil de Goiás também acompanha o caso, já que a vítima da extorsão reside no estado.
Alex Moreira Souza foi levado ao Presídio Regional de Araranguá. Ele responderá pelo crime de extorsão, cuja pena pode variar de 4 a 10 anos de reclusão, além de multa, conforme o Código Penal Brasileiro. Como o crime foi consumado mediante fraude e envolveu parente próximo, o caso poderá receber agravantes.
Reflexo de um vício silencioso
Mais do que um episódio isolado, o caso de Alex Moreira evidencia o rastro destrutivo das apostas online, hoje um fenômeno em crescimento entre jovens universitários. De promessas de lucro fácil à ruína financeira, os “bets” alimentam compulsões e, muitas vezes, levam usuários ao desespero — e, como neste caso, ao crime.
Em nota, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) informou que acompanha com atenção os desdobramentos e que, por ora, não comentará a conduta individual do estudante, por se tratar de um processo criminal em andamento.
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