Aparecida mira qualificação da Atenção Primária para desafogar unidades de urgência
Prefeitura reúne chefes das 42 UBS em encontro técnico para ajustar rotinas, alinhar novo modelo de financiamento federal e reforçar atendimento humanizado

Em encontro promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o prefeito de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela, convocou os gestores das 42 Unidades Básicas de Saúde (UBS) para traçar diretrizes de qualificação do atendimento e estruturar adaptações às novas exigências do programa federal Brasil 360. Realizado no Espaço Multiuso da Cidade Administrativa, o encontro teve por objetivo equilibrar as metas de desempenho e a humanização dos serviços, visando amenizar a pressão sobre as unidades de urgência.
Acompanhado do vice-prefeito João Campos e do secretário Alessandro Magalhães, Vilela afirmou que a base da melhoria é um atendimento que seja ao mesmo tempo técnico e empático — capaz não só de resolver casos simples, mas de encaminhar pacientes de forma eficaz e segura. “Nossa meta não é apenas ver filas reduzidas, mas que cada pessoa se sinta acolhida no início do sistema, com diagnóstico correto e continuidade de cuidado”, disse o prefeito.
O secretário Alessandro Magalhães reforçou a necessidade de atenção aos fluxos internos das UBS — recepção, triagem, encaminhamentos, uso eficiente da equipe e manutenção física. Para ele, inovações e ajustes internos são tão importantes quanto recursos adicionais:
“Podemos ter bons insumos, mas se a gestão da unidade falhar no acolhimento e no fluxo, o usuário acaba perdendo confiança e procurando pronto-atendimento, que sobrecarrega toda a rede.”
O superintendente de Atenção à Saúde municipal, Gustavo Assunção, apresentou o novo modelo de repasse federal, Brasil 360, que sucede o Previne Brasil. O modelo vincula parte dos recursos ao perfil populacional, ao desempenho em indicadores de saúde e a incentivos para ações estratégicas, como atenção odontológica e equipes multiprofissionais. A previsão nacional é que o programa eleve os recursos da atenção primária em cerca de 28% em 2025.
Durante o diálogo, foram abordadas as seguintes prioridades:
- Atualização dos cadastros do SUS-local, mantendo bases seguras e evitand o subdimensionamento populacional;
- Adaptação das equipes às metas por desempenho, com formação continuada e reorganização das rotinas;
- Identification de casos de internações evitáveis e estratégia para seu manejo na rede primária;
- Incremento da integração com referências especializadas e definição clara de fluxos de encaminhamento;
- Diagnóstico de demandas reprimidas locais — consultas de baixa e média complexidade — para reordenamento de recursos.
Para o vice João Campos, a aproximação entre gestão pública e serviço de base permite identificar gargalos invisíveis no dia a dia das unidades e estimular soluções coletivas. “É no diálogo cara a cara que conhecemos os desafios reais — não aqueles que chegam aos gabinetes — e desenhamos ajustes com participação dos que vivenciam o atendimento.”
Apesar do otimismo institucional, gestores presentes alertaram para a escassez de profissionais, especialmente nas equipes de enfermagem e atenção domiciliar, bem como para a necessidade de investimentos em infraestrutura física — salas de observação, consultórios e tecnologia de prontuário eletrônico — para dar conta das metas do novo modelo.
Com a transição para o Brasil 360, Aparecida de Goiânia se posiciona para transformar a atenção primária em esteio da rede municipal de saúde. Cabe agora garantir que o discurso de qualificação seja acompanhado por reestruturação efetiva e mobilização dos recursos internos necessários.
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