Alta temporada pressiona bolso dos goianienses: variação de preços em artigos de pesca e camping chega a 400%
Levantamento do Procon-GO revela disparidade extrema nos preços de produtos sazonais em Goiânia; consumidor pode pagar até cinco vezes mais pelo mesmo item, dependendo do estabelecimento.

Com a chegada da alta temporada de lazer ao ar livre, os preços de produtos de pesca e camping dispararam em Goiânia, revelando uma diferença alarmante entre estabelecimentos. É o que aponta uma pesquisa minuciosa do Procon Goiás, que identificou variações de até 404,04% entre os preços praticados para itens idênticos. O estudo foi realizado entre os dias 27 e 30 de junho, em sete estabelecimentos comerciais da capital.
O item com maior disparidade foi o repelente adulto, essencial para quem pratica atividades em áreas de mata ou beira de rios. O produto foi encontrado com preços que variam de R$ 9,90 a R$ 49,90, diferença de quase cinco vezes, apesar de se tratar do mesmo tipo de produto, sem diferenciais técnicos que justificassem a variação.
Outros itens de uso recorrente em acampamentos e pescarias apresentaram flutuações igualmente impactantes. A tradicional caixa térmica, por exemplo, apareceu em valores que vão de R$ 96 a R$ 279, um salto de 190,63%, mesmo quando se trata de modelos com especificações similares.
A carretilha SLX 150, procurada por pescadores mais experientes, apresentou preços entre R$ 1.000 e R$ 2.450, uma diferença de 145%. Já o anzol, item básico, foi encontrado por R$ 9,00 em algumas lojas e por R$ 37,20 em outras, representando uma variação de 313,33%.
Menores variações e distorções pontuais
Entre os produtos com menor variação está a barraca Nautika Dome 4, cujo preço oscilou entre R$ 519,90 e R$ 570,00 — uma diferença de apenas 9,64%, considerada dentro da margem de competitividade normal pelo Procon. O molinete Prisma também apresentou variação moderada, entre R$ 145 e R$ 159, ou 10,28%.
A caixa organizadora para equipamentos de pesca, outro item de uso prático, oscilou de R$ 26,90 a R$ 61,70, o que representa uma diferença de 129,37%, evidenciando que até os itens de menor valor estão sujeitos a variações expressivas.
Planejamento e atenção são essenciais
De acordo com o Procon-GO, a pesquisa tem como finalidade principal oferecer ao consumidor informações que auxiliem na tomada de decisão consciente e planejada, evitando compras por impulso e prejuízos financeiros.
O órgão reforça orientações básicas: verificar a qualidade, prazo de validade, integridade da embalagem e a voltagem no caso de produtos elétricos. Também recomenda que o produto seja testado ainda na loja, quando possível, e que o consumidor sempre exija a nota fiscal.
Outro alerta importante: o prazo legal de sete dias para troca ou desistência só é garantido em compras feitas fora do estabelecimento físico, como por internet, telefone ou catálogo postal. Para compras presenciais, a política de troca depende do que está estipulado pela loja, devendo estar claramente informada.
Consumo consciente como ferramenta de defesa
O superintendente do Procon Goiás, Hugo Mendonça, ressaltou em nota oficial que “a diferença de preços entre estabelecimentos evidencia não apenas a necessidade de pesquisa, mas também o papel fundamental do consumidor como agente fiscalizador e consciente do mercado”. Ele destacou ainda que, diante da crescente procura por atividades de lazer ecológico, especialmente nas férias escolares, o comércio aproveita o momento para ampliar margens — e é exatamente aí que o consumidor mais precisa estar atento.
A íntegra da pesquisa pode ser consultada no site oficial do Procon Goiás, permitindo que o cidadão se informe antes de sair de casa. Em um contexto de alta nos custos de vida, comparar preços é mais do que prudência — é estratégia de sobrevivência econômica.
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