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20 de junho de 2025
JustiçaNotíciasPolíciaÚltimas

“Airlines”: PF desmantela esquema de tráfico internacional com aviões clandestinos em operação no Centro-Oeste

Mandados de busca atingem Goiás, Mato Grosso e Paraná; PF mira donos, pilotos e mecânicos de aeronaves usadas como “linhas aéreas” do narcotráfico. Aeronave é apreendida em Santo Antônio da Barra.
Aeronave é apreendida durante operação da Polícia Federal em Goiás (Divulgação / Polícia Federal)

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (11/6), a Operação Airlines, com o objetivo de desmantelar uma sofisticada rede de tráfico internacional de drogas que utilizava aeronaves de pequeno porte para o transporte de entorpecentes de países vizinhos ao Brasil. O nome da operação faz referência ao modus operandi do grupo investigado, que criou uma espécie de “companhia aérea” clandestina para o narcotráfico.

A ofensiva policial ocorre de forma simultânea em três estados brasileirosGoiás, Mato Grosso e Paraná — e tem como alvos proprietários de aeronaves, pilotos, mecânicos de aviação e o suposto chefe da organização criminosa. A Justiça Federal expediu mandados de busca e apreensão, executados por equipes da PF em ao menos três cidades goianas: Acreúna, Rio Verde e Santo Antônio da Barra, onde uma aeronave de pequeno porte foi apreendida em um aeródromo rural.


Aviões no coração do esquema: “linhas aéreas” a serviço do crime

Segundo a Polícia Federal, a organização operava com estrutura logística semelhante à de empresas de aviação: havia rotas pré-estabelecidas, uso de pilotos experientes e manutenção técnica em oficinas clandestinas. Os voos saíam de países produtores de cocaína — especialmente Bolívia e Colômbia — e pousavam em pistas improvisadas no Brasil Central, evitando radares oficiais e controle aéreo.

“A organização estruturou verdadeiras ‘linhas aéreas paralelas’, conectando o tráfico internacional ao mercado brasileiro. Os aviões partiam com drogas, pousavam em áreas remotas e eram mantidos por profissionais que garantiam a continuidade da operação”, afirmou em nota a Polícia Federal.


Silêncio estratégico: nomes sob sigilo e foco na cadeia logística

Até o momento, a Polícia Federal não divulgou os nomes dos investigados, preservando o sigilo das investigações e evitando possíveis fugas ou destruição de provas. A reportagem apurou, no entanto, que há ligação entre os alvos e estruturas locais de aviação agrícola e comercial em Goiás e Mato Grosso. O grupo criminoso também é suspeito de envolvimento em lavagem de dinheiro por meio da compra e venda simulada de aeronaves.

Fontes próximas à investigação informaram ao G1 e à Agência Brasil que os suspeitos adaptavam os aviões para maximizar o espaço para carga e dificultar a detecção por radares. Alguns aparelhos tinham pintura camuflada, marcas adulteradas e tanques suplementares para voos longos.


Conexão entre regiões e foco transnacional

A operação integra um esforço maior da Polícia Federal para enfraquecer as fronteiras aéreas do narcotráfico, especialmente em estados que funcionam como corredores logísticos para o escoamento de cocaína. A presença da operação no Paraná indica uma possível conexão com portos clandestinos e rotas de exportação para a Europa e África Ocidental, destinos frequentes do tráfico transatlântico.

De acordo com a PF de Goiás, ainda não houve prisões até o momento, mas apreensões importantes foram feitas, incluindo documentos, equipamentos de navegação, peças de aeronaves e registros de voos que podem comprovar o funcionamento da rede criminosa.


Aviação como elo do narcotráfico moderno

Nos últimos anos, o uso de aviões leves por grupos criminosos tem se intensificado, sobretudo em áreas de difícil fiscalização aérea. Segundo o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), é comum que aeronaves entrem por trechos da fronteira sem cobertura de radares, usando pistas clandestinas escondidas em fazendas, áreas de cerrado ou campos de pouso abandonados.

Reportagem do Fantástico, já havia revelado que mais de 200 pistas ilegais estão ativas nas regiões de fronteira brasileira, muitas delas monitoradas por satélites e drones da PF. A Operação Airlines, nesse contexto, é vista como parte de uma nova etapa das ações integradas entre Força Aérea, Receita Federal, PF e Ministério da Justiça.


Próximos passos da investigação

Com o material apreendido nesta quarta-feira, a PF agora busca comprovar os vínculos diretos entre os alvos e remessas anteriores de drogas, além de identificar receptadores e financiadores da operação no Brasil e no exterior. A ação pode desdobrar-se em novas fases, com prisões preventivas e pedidos de cooperação internacional, especialmente com autoridades bolivianas e colombianas.

A PF informou que divulgará novos detalhes após a análise dos documentos e equipamentos apreendidos.


Com o avanço da investigação, a Operação Airlines revela não apenas um esquema de tráfico, mas a face moderna de um crime que já não se limita às fronteiras terrestres — ele voa. E voa alto, com escala marcada na impunidade, até ser abatido pela Justiça.

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